“Domingo da Gente” recicla atrações nacionais e estrangeiras em sua estreia
Mauricio Stycer
10/11/2013 15h11
Adriane Galisteu inaugurou o "Domingo da Gente", pontualmente às 11h, dizendo: "Boa tarde!" O erro não é dos mais graves, mas dá uma ideia das dificuldades que envolvem gravar um programa com antecedência sem nem mesmo saber o horário em que vai ao ar.
A nova atração dominical da Record, no ar entre 11h e 15h15, pelas próximas 15 semanas, nasce com uma proposta original: não tem apresentador fixo. A cada semana, o auditório será comandado por uma celebridade diferente.
Também já estão escaladas para a função a ex-dançarina do Tchan Scheila Carvalho e a modelo Ticiane Pinheiro, além do apresentador Geraldo Luis, todos vinculados a programas da emissora. A indefinição sobre outros nomes tem feito a alegria dos sites que cobrem os bastidores da TV.
Além da ideia de fazer rodízio de apresentadores, o "Domingo da Gente" não mostrou muita coisa nova em sua estreia. O programa reciclou variadas atrações, games e competições, já utilizados em diferentes auditórios, inclusive da própria Record.
O programa começou com Carrie, o cachorro dançarino. Também teve duelo entre celebridades (Nany People e Mulher Moranguinho), com direito a punições (como tocar numa cobra). Os números musicais foram protagonizados por MC Sapão, Pixote, Pablo e Gabriel Valim. Ex-participantes da "Fazenda" surgiram em uma gincana, que prosseguirá nas próximas semanas. A cantora Anitta deu uma entrevista – a milésima de 2013.
Para não dizer que apenas atrações locais foram recicladas, "Domingo da Gente" também explorou brincadeiras usadas pelo humorista e apresentador Jimmy Fallon em seu programa na TV americana. Durante o encontro de Galisteu com Anitta, foi encenada a "roleta russa do ovo". Depois, com Rodrigo Faro, a "guerra de água" (acima). Se faltou criatividade, houve transparência nos dois casos, com a exibição prévia de cenas do "Late Night" de Fallon.
Em tempo: Dados prévios do Ibope indicam que a estreia do "Domingo da Gente" registrou média de 5 pontos em São Paulo, ficando em terceiro lugar, atrás da Globo (10,2) e do "Domingo Legal", do SBT (6,5).
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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