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Fãs da MTV veem plágio no “tapa na cara” de Eduardo Sterblitch no “Pânico”

Mauricio Stycer

19/11/2013 05h01

ultimoprogramatapa2Piada tem dono? Existe autoria no humor? Repetir algo feito por um colega é cópia ou homenagem? As questões não são novas, mas estão de volta à pauta por conta de reclamações de fãs do humorista Daniel Furlan, criador de "O Último Programa do Mundo", exibido entre julho e setembro de 2013, nos últimos três meses de vida da MTV Brasil.

Segundo várias postagens no Twitter, o trabalho de Furlan serviu de inspiração para o quadro "Poderoso Castiga", criado e protagonizado por Eduardo Sterblitch no "Pânico", na Band. Em particular, os fãs enxergam que o esquete "Momento Tapa na Cara", exibido a partir de outubro, é um plágio do "Frases que Valem Tapa na Cara".

Conversei com os dois humoristas a respeito. Furlan, que retuitou as postagens de seus admiradores, disse: "Eu acho ruim. Até tentei me sentir honrado por influenciar, mas, quando vi, desisti de me sentir honrado. É cópia sim." Irônico, acrescentou: "É um orgulho fornecer conteúdo de forma gratuita e involuntária para uma atração com tantos profissionais e estrutura, ainda mais que 'O Último Programa do Mundo' está prestes a voltar com inéditos na internet (TV Quase)."

Por telefone, Furlan acrescentou: "Não estou querendo dizer que a gente inventou o tapa na cara. Não tenho interesse em receber créditos por isso e nem em ficar esperneando a respeito. Mas fico feliz ao saber que os fãs do 'Último Programa do Mundo' tenham levantado essa bola."

panicotapanacaraSterblitch, por telefone, observou inicialmente: "Isso é uma grande bobagem. Ideias surgem de todos os lugares. Às vezes, pode parecer com outra coisa." O humorista do "Pânico" acrescentou: "Se pensar assim, ele copiou o tapa na cara do Bola, que copiou dos 'Três Patetas'. Ele não inventou o tapa na cara."

Sterblitch disse em seguida: "Acho 'O Último Programa do Mundo' a melhor coisa que a MTV já fez. Não lembro do tapa na cara. E não tive a intenção de copiar. Se copiasse, seria uma homenagem."

Por fim, o humorista avisou: "Ele não deveria ficar incomodado com isso. É uma bobagem. Vou falar isso no ar e tirar (o tapa na cara)."

Veja no vídeo abaixo trechos dos dois quadros:

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.