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Decepcionado, Justus diz que cabe à Record explicar baixo Ibope do Aprendiz

Mauricio Stycer

10/12/2013 08h01

O Aprendiz" chega ao final de sua nona temporada nesta terça-feira (10) com um programa ao vivo que definirá, entre Melina e Renata, a ganhadora de um prêmio de R$ 1 milhão mais um contrato de um ano com salário de R$ 20 mil em uma das empresas de Roberto Justus.

O apresentador chega dividido a este momento. Ele se diz feliz com a qualidade do programa que foi exibido, mas "decepcionado" com a audiência, a pior da história do reality. Justus promete informar ao longo do último programa se a Record fará mesmo, em 2014, uma versão do "Aprendiz" somente com celebridades. "Ainda não batemos o martelo", disse ao UOL, no final da manhã desta segunda-feira (9).

Justus apresentou o "Aprendiz" por seis temporadas, entre 2004 e 2009. Foi substituído no ano seguinte por João Doria Jr., que comandou o programa por dois anos. Em 2012 não houve o reality show.

Na atual edição atual, o programa registrou uma audiência média inferior a 5 pontos. Questionado, o apresentador afirma que cabe à Record explicar os motivos da queda no Ibope. Veja abaixo, trechos da entrevista.

Qual é o saldo, para você, desta volta do "Aprendiz"?
Roberto Justus – O saldo foi muito positivo em alguns aspectos, nem tanto em outros. Acho que fizemos uma produção totalmente diferente das outras, em apenas 49 dias. Foi um massacre tanto para a equipe de produção, quanto para mim e os aprendizes. É muito difícil fazer um programa desses em tão pouco tempo. Você não tem tempo nem de respirar: termina uma prova num dia e no outro já está gravando mais uma vez.

Qual foi o tempo de produção outras edições do programa?
Só para você ter uma ideia, três meses e meio. E caímos para menos de dois meses. Eu não conseguiria convencer estes aprendizes a fazer de novo se tivessem que ficar isolados três meses e meio, como um universitário fica. São profissionais, têm empregos, têm família, têm suas vidas. Foi a forma mais fácil para convencê-los. A outra razão é o custo. A Record está passando por um momento de enxugamento grande de custos, em que busca maior eficiência, o que eu apoio 100% como empresário. Não teria sentido no momento atual fazer um programa por quatro meses. Nos dois lados, em economia de custos foi muito bacana para a emissora e em termos de pressão sobre os candidatos foi um moedor de carne.

Resumindo…
Em termos de produção, fizemos um programa de grande qualidade. Estou muito feliz com o conteúdo do programa. Mostramos muita coisa interessante, muito rica. Hoje eu acho que tenho uma experiência maior como apresentador do que tinha no passado com tudo que já passei. Fiquei feliz com o meu desempenho, com a forma como consegui tirar as coisas deles, pressioná-los.

O que explica, na sua opinião, a baixa audiência do programa?
Fiquei um pouco decepcionado porque o nosso produto merecia uma audiência maior. O que nós entregamos, tanto a emissora, quanto eu, a equipe de produção, meus diretores, meus aprendizes… Ele realmente poderia ter tido uma audiência maior. Mas prefiro que este comentário dos por quês seja uma avaliação da emissora, não minha.

A audiência da final da oitava temporada, em 2011, apresentada pelo João Doria Jr., foi de 7 pontos, a mais baixa da história. Você não acha que já era um sinal de cansaço do público com este formato de programa?
Pode ser. Eu parei de fazer, e não queria continuar, depois de seis edições do programa. Queria parar no auge, naquela que foi talvez a melhor final, a do "Aprendiz Universitário", o último que eu fiz. Tudo tem um limite.

Mas vem aí mais um "Aprendiz", agora com celebridades?
É o que a Record está pensando agora: se for fazer uma nova edição, que seja totalmente diferente. O que o Donald Trump fez? Ele achou que desgastou o formato e foi para o de celebridades. Fez quatro anos seguidos. E teve uma curva de ascensão na audiência. Trouxe um novo alento nos Estados Unidos. Dependendo do elenco, obviamente, pode dar certo. Porque não pode ser qualquer casting. Você não pode colocar lá subcelebridades, de baixo nível. Eu nem faria o programa assim. É o que o programa precisa, se olhar para o futuro, de uma coisa bem diferenciada.

E o cansaço do público?
Não tenho muitos dados. Sentia uma pressão muito grande nestes anos para voltar, o programa tem fã-clube, é muito falado nas redes sociais… Tem uma legião muito grande de seguidores, mas realmente na massa, em geral… E tem também o horário… Olha eu aí falando de novo de audiência…

Este texto foi publicado originalmente no aqui, no UOL Televisão.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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