Record agora diz que cortes em “Spartacus” não foram feitos pela emissora
Mauricio Stycer
06/01/2014 11h52
Exibida nos EUA entre 2010 e 2013, a série "Spartacus" ficou marcada pela sem-cerimônia com que mostrou cenas sensuais e de violência ao longo da história. Também será muito lembrada pela morte do ator Andy Whitfield, que interpretava o protagonista, e foi substituído por Liam McIntyre a partir da segunda temporada.
No Brasil, o programa será lembrado por uma terceira razão. Partes das cenas de sexo e violência da série foram cortadas na versão que a Record começou a apresentar nas noites de domingo, depois das 23h15. "A impressão que tive é que estava assistindo a uma edição especial que poderia passar na 'Sessão da Tarde", escreveu o leitor Andre Vallado. "Para que passar uma série desta forma?", pergunta.
Fiz a mesma pergunta à Record, que respondeu: "A edição das cenas ocorreu por uma questão de adaptação ao público da TV aberta. Em relação aos minutos cortados, é difícil saber quantos deixaram de ser exibidos."
Três horas depois de passar esta informação, a assessoria da Record enviou um segundo e-mail ao blog com uma nova versão dos cortes em "Spartacus": "A emissora esclarece que foi exibida a versão oferecida pela distribuidora para a televisão aberta." A distribuidora confirma, informando que a série teria duas versões, uma delas, a adquirida pela Record, mais "light".
Questionada se a versão de "Breaking Bad", que começará a exibir no próximo dia 14, também às 23h15, será integral ou com cortes, a emissora não respondeu. O premiado programa contém muitas cenas de violência.
Cortes deste tipo sempre ocorreram, mas o acesso, cada vez maior, do público da TV aberta a outros meios, como TV paga e download pirata, torna este tipo de edição em programas estrangeiros mais constrangedor.
Atualizado às 14h45 e às 19h45.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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