Com Galisteu ‘escondida’, sogras são a atração de reality da Band
Mauricio Stycer
07/01/2014 00h27
O reality oferece a cinco homens (quatro heteros e um gay) a possibilidade de escolher uma mulher (ou um homem) para casar entre dez candidatas (os). Os cinco são ajudados na tarefa por suas respectivas mães – e é daí que o programa tira a sua graça.
Requisito essencial em um reality show com um pé no teatro do absurdo, tanto os homens quanto suas mães partilham da mesma falta de vergonha de expor a intimidade. "Às vezes, eu só não te dou uns tapas porque você é minha mãe", diz, por exemplo, Ivan, para a mãe Eduarda.
Cesar, "nerd e virgem", ficou tão nervoso na hora de selecionar as primeiras três eliminadas que passou mal. "Ele tem um grande apreço por todas", explicou Maria Inês, sua mãe.
Ramon, "empreendedor e gay", deixou que Eni, a mãe, decidisse por ele o nome de um dos eliminados. Antes ela avisou: "Não gosto desses gays muito gays. Você não vai escolher nenhum de unha vermelha".
Felipe, "DJ e garanhão", ainda é chamado por Miriam, a mãe, de "meu bebê…" Eles formam a dupla mais desavergonhada. "Com essa ai eu vou direto pro motel", ele disse a respeito de uma candidata. "Sabe qual é o nome dessa aqui? Problema", ela afirmou sobre uma outra.
Por fim, Jan, "vendedor vip e modelo", chegou com Zilda, que explicou, com lágrimas nos olhos: "Eu sou a rainha-mãe e ele é meu príncipe". Uma das candidatas, Edva, levou uma galinha de estimação, para impressionar Jan, mas foi eliminada. "Essa é outra que não entra lá em casa", disse Zilda sobre uma candidata mais assanhada.
Na comparação com "Mulheres Ricas", que a Band exibiu nas férias do "CQC" nos últimos dois anos, "Quem Quer Casar com Meu Filho?" parece menos encenado e artificial. Em vez de exaltar a afetação de supostas milionárias, o novo programa explora a falta de jeito de candidatas a sogras. Para quem gosta de rir da vergonha alheia, é um prato cheio.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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