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No capítulo 100, protagonista de “Pecado Mortal” vira Charles Bronson

Mauricio Stycer

14/02/2014 10h01

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Carlos Lombardi havia prometido no Twitter o "apocalipse" para comemorar a chegada de "Pecado Mortal" ao capítulo 100. O que se viu foi a transformação da novela num filme estrelado por Charles Bronson. Com cenas de ação do primeiro ao último minuto, o episódio sinalizou uma virada importante na história.

Carlão (Fernando Pavão), o herói-bandido da história, empunhou um fuzil e, pela primeira vez, matou. As vítimas foram dois atiradores contratados para assassinar sua mulher e filhos. Até então, o filho de um dos principais bicheiros do Rio cultivava o jeitão de brucutu hippie, capaz de resolver todos os seus problemas no braço.

Embora a imagem do personagem com a arma na mão lembre o Rambo, de Sylvester Stallone, ou um personagem de Arnold Schwarzenegger (foto no alto), nenhum dos dois ainda era famoso no cinema em 1978, quando se passa a história de Lombardi.

Impressionado com o desempenho de Carlão, que se livrou de meia dúzia de bandidos no capítulo, um dos policiais da trama observou: "Poderoso Thor teve seu dia de Charles Bronson".

O capítulo 100 assinalou, também, a despedida da atriz Mel Lisboa, que pediu para sair da novela. Ao saber do fato, no início de fevereiro, Lombardi disse: "É uma situação inusitada pela qual nunca passei em 35 anos de novelas. Estou completamente perplexo."

Ainda assim, o autor não foi vingativo e proporcionou uma morte digna para Marcinha, atropelada, involuntariamente, pelo carro de Livia (Tatyane Goulart), que ficou sem freio ao ser sabotado pelos rivais da sua família.

A migração de horário, das 22h30 para às 21h15, não suavizou em nada a novela. Além das cenas de morte, o capítulo 100 teve explosão, briga de navalha, diálogos picantes e tudo mais que Lombardi tem mostrado.

Agora disputando espaço com "Em Família", na Globo, a novela da Record segue sem superar o problema que a marca desde o início: baixa audiência. Não cabe mais lamentar. O caprichado capítulo desta quinta-feira (13) mostrou mais uma vez as qualidades de "Pecado Mortal"  e do autor. É isso que vai ficar.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.