Navegando em águas calmas demais, “Em Família” ainda não pegou no Twitter
Mauricio Stycer
27/02/2014 18h25
Exibidos os primeiros 22 capítulos de "Em Família", a novela de Manoel Carlos ainda não conquistou as rede sociais, diferentemente de sua antecessora, "Amor à Vida".
Levantamento de uma empresa especializada, a TV Square, mostra que a atual novela das 21h, que é o programa mais assistido da TV brasileira, raramente está na lista das atrações com maior número de comentários por minuto no Twitter e no Facebook. E também frequentemente nem aparece entre os 10 mais comentados nas duas redes sociais.
Houve, é verdade, alguma agitação no Twitter durante a apresentação do prólogo de "Em Família", na primeira semana, com muitos comentários sobre o elenco menos conhecido, problemas na ambientação de época e a rivalidade entre as personagens Helena e Shirley.
Iniciada a fase contemporânea da trama, o Twitter serviu para muitas reclamações sobre a inadequação do elenco, em especial, a diferença de idade entre alguns parentes da história (Helena e sua mãe Chica), e alguns suspiros a respeito do esboço de um romance entre duas mulheres (Marina e Clara).
Fora isso, "Em Família" tem navegado em águas calmas demais. Os ótimos diálogos de Manoel Carlos, mesmo sobre temas triviais, fazem bem aos ouvidos do espectador acostumado aos jograis de "Amor à Vida", mas não combinam muito com a experiência da "segunda tela".
Além de muitos diálogos, Manoel Carlos tem oferecido, como de hábito, pouca ação. Também não parece muito preocupado em capturar o espectador com ganchos espetaculares ou dramáticos. Não disponho de dados estatísticos mais detalhados, mas não lembro de outra novela das 21h nos últimos anos em que o Twitter tenha estado tão pouco animado.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.