Fulvio Stefanini critica Carrasco e José de Abreu lamenta por Wilker
Mauricio Stycer
06/04/2014 01h28
Ao longo de "Amor à Vida" registrei no blog as reclamações de quatro atores sobre os rumos de seus personagens na novela. As críticas ao trabalho de Walcyr Carrasco foram feitas, em diferentes entrevistas, inclusive a veículos da própria Globo, por Marcelo Antony (o Eron), Ricardo Tozzi (Thales), Juliano Cazarré (Ninho) e Rodrigo Andrade (Daniel). Este último, posteriormente, disse que não reclamou, mas apenas torceu por seu personagem.
Dois meses depois de encerrada a novela, Fúlvio Stefanini, que interpretou Denizard, vem a público manifestar a sua insatisfação com o tratamento dado a seu personagem em "Amor à Vida". O protesto, contundente, ocorreu durante entrevista a Ronie Von, no programa "Todo Seu", exibido pela TV Gazeta, em São Paulo, no dia 1º de abril.
Depois de evocar vários momentos da carreira do ator, o apresentador o questionou sobre o papel mais recente.
Ronive Von: Denizard… era esse o nome dele?
Fúlvio Stefanini: Foi um personagem muito esquecido. Ele foi um pouco excluído, digamos assim, da trama central. Ele não tinha história, não tinha conflito, não tinha nada. Eu tirava leite de pedra para conseguir fazer alguma coisa.
Ronie: Engraçado, né? Um ator da sua magnitude falar isso publicamente é, no mínimo, estranho…
Fúlvio: Não… Foi tão claro, tão evidente. As pessoas cobravam isso na rua, como se eu tivesse alguma responsabilidade sobre o texto. Porque, você sabe, novela é uma obra aberta. E aí, seja o que Deus quiser. O autor escreve o que quer, o que bem entende. E se, por algum motivo, ele resolver te deixar no banco de reservas, você fica no banco de reservas. Não tem muita saída.
Veja a conversa abaixo:
Wilker nunca reclamou publicamente do papel, mas no dia 28 de novembro de 2013 o jornal "O Dia" informou que o ator teria pedido a Walcyr Carrasco para sair da novela. No dia seguinte, em entrevista ao UOL, ele negou.
Coube ao ator José de Abreu manifestar espanto com o papel do colega em "Amor à Vida". Emocionado com a morte de Wilker, ele deixou uma mensagem irada no Twitter: "Espero que alguém se arrependa por ter dado como último trabalho um papel de merda pro Zé Wilker".
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.