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Sem querer, “Superstar” virou programa de humor

Mauricio Stycer

02/06/2014 01h36

superstarjurados

Pergunte a algum espectador que tenha assistido a "Superstar" neste domingo (01) qual foi o melhor momento do programa. Duvido que alguém responda com o nome de uma banda ou de uma música apresentada.

O grande destaque do show de talentos da Globo foi, mais uma vez, a performance desencontrada do corpo de jurados. Difícil dizer qual dos três – Fabio Jr., Ivete Sangalo e Dinho Ouro Preto – merece aparecer com mais destaque no Top 5 do "CQC".

Encantado com a apresentação do grupo Bicho de Pé, que interpretou "Eu só quero um Xodó", de Dominguinhos, Fabio Jr se atrapalhou e, em vez de falar do xote, rebatizou o ritmo como "xoxote".

Já Ivete Sangalo, sempre achando tudo maravilhoso, mesmo quando cantores desafinam ou erram a letra das músicas, encontrou um jeito de mandar "um beijo para Djavan", entre uma apresentação e outra. O pretexto para o comentário aleatório foi que haviam cantado juntos em um show, na véspera.

Dinho, por seu lado, parece o único do três que está levando a sério a tarefa de avaliar as bandas. Segue fazendo observações profundas a respeito das apresentações – o que não deixa de ser engraçado. Neste domingo, criticou duramente a banda Move Over e se derreteu pelo grupo Malta, levando o seu nome a se tornar um campeão de comentários no Twitter.

Perdendo seguidamente para o "Programa Silvio Santos" no Ibope, "Superstar" tem adotado uma politica de "guerrilha" em relação aos intervalos comerciais. Neste domingo, o primeiro "break" só ocorreu depois da apresentação da sétima banda, coincidentemente depois que o programa do SBT acabou.

Atualizado às 16h com audiência: Mais uma vez o programa musical da Globo perdeu no confronto com o SBT. Entre 23h16 e 0h01, Silvio Santos registrou 13,1 pontos. "Superstar" ficou em segundo, com 10,6, segundo dados consolidados do Ibope. Leia mais aqui.


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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.