Escalação de elenco do prólogo de “Império” corrige erro de “Em Família”
Mauricio Stycer
25/07/2014 05h01
Aguinaldo Silva prometeu "ritmo alucinante" e nada de "conversa mole" em "Império". Encerrados os primeiros quatro capítulos, ambas as promessas foram cumpridas com louvor.
A nova trama das 21h não está deixando espaço para o público respirar. O contraste com "Em Família", a trama de Manoel Carlos que a antecedeu no horário, é gritante. Compare, por exemplo, um mesmo recurso utilizado pelos dois autores, o prólogo ambientado no passado, destinado a dar o contexto de suas histórias no presente.
Programada para durar dez capítulos, a introdução de "Em Família" foi abreviada para sete no meio do caminho, depois que se constatou uma rejeição do público. Gostei muito deste prólogo, mas um dos problemas que enfrentou foi a sua duração – a novela demorou para "começar", de fato.
O outro problema foi o elenco escalado para esta primeira etapa. A Globo optou, na ocasião, por atores pouco conhecidos ou não tão em evidência no momento em que a novela foi ao ar. Bruna Marquezine como a jovem Helena e Oscar Magrini como seu pai eram os atores mais famosos.
"Império" também começou com uma introdução no passado, mas a primeira cena foi no presente, apresentando o ator que protagoniza a novela, Alexandre Nero. Depois, Aguinaldo Silva resumiu os antecedentes da trama em menos de quatro capítulos. Nesta quinta-feira (24), no segundo bloco, a novela das 21h já entrou no tempo atual.
Por fim, e mais importante, houve uma preocupação muito maior com a seleção do elenco para atuar nestes primeiros capítulos. Cito os nomes escolhidos: Reginaldo Faria, Regina Duarte, Vanessa Giácomo e Marjorie Estiano. Mesmo Chay Suede, ainda que nunca tenha trabalhado na Globo, já era um rosto bem conhecido de parte do público, sobretudo adolescentes.
A série, em 14 episódios, já está escrita e seria produzida este ano, mas a desistência de Gloria, escalada para a próxima novela das 21h, de Gilberto Braga, levou à suspensão do projeto.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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