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Plágio ou homenagem a “Breaking Bad” em “Geração Brasil”?

Mauricio Stycer

04/08/2014 05h01

breakingbadgeracaobrasil

Na última cena do capítulo de sábado (02) de "Geração Brasil", a jornalista Verônica (Taís Araujo) localiza o delegado Aroeira (Oscar Magrini). Abalado por um derrame, ele não consegue falar, mas entende o que é perguntado e responde apertando uma campainha (um toque significa "sim", dois toques valem por um "não").

O diálogo com Verônica está evoluindo, até que a jornalista pergunta a Aroeira se ele se lembra de ter conhecido Jonas Marra (Murilo Benício). O delegado, então, dispara a campainha.

A forma encontrada pela novela das 19h da Globo para fazer Aroeira se comunicar é idêntica à usada por Hector 'Tio' Salamanca, um personagem secundário, mas muito marcante do seriado "Breaking Bad". Vivido por Mark Margolis, o traficante de um famoso cartel mexicano vive preso à cadeira de rodas e só se comunica por meio de uma campainha.

Salamanca apareceu em alguns episódios, entre a segunda e a quarta temporada do seriado. Em um episódio específico, confrontado com o nome de Walter White (Bryan Cranston), o protagonista da série, a campainha de Salamanca começa a apitar desesperadamente, tal qual a de Aroeira em "Geração Brasil".

Muitos fãs da série notaram a enorme semelhança e acusaram a Globo de plágio. Seria impossível. na minha opinião, copiar um personagem de uma série tão famosa e tão fresca na memória dos fãs sem ser notado. Além disso, "Geração Brasil" a todo momento faz referências a ícones da cultura por. Por isso, diria que só pode ter sido uma homenagem (sem crédito) dos autores da novela a "Breaking Bad".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.