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“CQC” deve muito a Marcelo Tas

Mauricio Stycer

23/12/2014 12h38

cqcmarcelotasÚnico rosto conhecido do "CQC" ao ser lançado em 2008, Marcelo Tas emprestou seu nome e prestígio ao projeto da Cuatro Cabezas comprado pela Band. Entusiasmado, abraçou o programa desde o início e, apesar da maior experiência e idade, nunca posou de professor da garotada que integrou o time.

Na sua mistura de jornalismo e humor, o "CQC" conseguiu muitos feitos nestas sete temporadas, mostrando que é necessário – e possível – apresentar assuntos relevantes sob uma embalagem menos pasteurizada e mais leve.

Ao mesmo tempo, por falta de traquejo de muitos de seus integrantes e alguma irresponsabilidade de diretores e roteiristas, o "CQC" forçou a barra, avançou o sinal e, com muita frequência, cometeu erros graves e desrespeitou entrevistados.

Ao longo de todos estes anos, Tas raramente fez algum reparo público ao programa. É compreensível. Não seria leal da sua parte discutir abertamente questões internas. Quem sabe agora, olhando de fora, o jornalista se sinta à vontade para fazer uma avaliação mais crítica do trabalho realizado nestes últimos sete anos.

Acho que o "CQC" deve muito a Tas, o que explica o cuidado e o respeito com que a Band e a produtora que faz o programa o trataram nesta transição. Concordo que a "renovação permanente" é necessária, mas tenho dúvidas se, no caso do "CQC", a solução passa pela troca do apresentador.

Em tempo: O último "CQC" de Tas registrou 1,8 ponto no Ibope, possivelmente a mais baixa audiência na história do programa. Veja mais aqui.

Veja abaixo a despedida, ao vivo, de Tas do "CQC".

Tas agradece a todos da equipe do Custe o Que Custar

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.