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O anel e a morte do comendador: dois lapsos de memória em "Império”

Mauricio Stycer

30/12/2014 12h23

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O capítulo de "Império" desta segunda-feira (29) mostrou que a memória dos espectadores está melhor do que a dos personagens da novela. Dois erros cometidos em diálogos foram notados.

ImperioAnel3O primeiro ocorreu quando Maria Marta (Lilia Cabral) diz para Isis (Marina Ruy Barbosa) ter certeza que José Alfredo (Alexandre Nero) não morreu. O anel (ao lado) que ela viu no dedo de Cora (Marjorie Estiano) foi a prova que o comendador está vivo.

"Aquela pedra é raríssima", ela diz. "O Zé conseguiu aquela pedra, uma ônix, lá no Monte Roraima. Mandou o Patrício (Hugo Esteves) lapidar a pedra, depois pediu para a Maria Clara (Andreia Horta) desenhar o anel."

O problema, como bem lembrou o "detetive" José Lopez, é que José Alfredo já usava aquele anel desde o segundo capítulo da novela, quando ainda era vivido por Chay Suede e dava os seus primeiros passos no ramo do garimpo de pedras.

Ainda na Suíça, acompanhado de Maria Marta (Adriana Birolli), na cena em que ele decide só usar roupas pretas a partir de então, o personagem já aparece com o tal anel (imagem no alto).

ImperioMariaIsisJosueA memória de Maria Isis e do motorista Josué (Roberto Birindelli) também falhou no final do capítulo. Ao se encontrarem no restaurante Vicente, ela diz para ele: "Que bom que você lembrou de mim. Faz tempo que a gente não se vê." Josué responde: "Seis meses. Desde que o comendador…" E Isis completa: "Não… Não me faz recordar do dia mais triste da minha vida."

O problema, como observou o detetive Mr. Novela, é que Isis e Josué se encontraram depois disso (imagem acima), no casamento de Du (Josie Pessoa) e João Lucas (Daniel Rocha), ocorrido pelo menos um mês depois da falsa morte do comendador.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.