Christina Rocha diz estar de "saco cheio" das dúvidas sobre seu programa
Mauricio Stycer
18/07/2015 05h01
A conversa ocorreu durante o quadro "Elas Querem Saber". Entrevistada por Thammy Miranda, Val Marchiori, Ciça Camargo e Sheila Mello, a apresentadora fala também sobre o que aprende com as pessoas que vão ao programa: "Eles dão uma lição de vida na gente. De um limão eles fazem uma limonada".
E também diz: "O 'Casos de Família' não é para solucionar, é para mostrar a realidade das pessoas que vão lá. Quem dera se a gente tivesse o poder de solucionar os casos."
Questionada por Thammy Miranda sobre a acusação de que "é tudo combinado" em seu programa, a apresentadora do "Casos de Família" disse também: "Acontece, às vezes, de uma pessoa ir no nosso programa e depois ir em outro. Não temos poder de polícia". Cristina contou, ainda, que a primeira seleção de participantes é feita por estagiários "que vão nas comunidades e pegam os casos".
Possivelmente porque não foi questionada, Christina não comentou o caso mais recente de encenação ocorrido em seu programa, revelado por este blog há 20 dias. Marta e Cristina, apresentadas como mãe e filha, estiveram numa quinta-feira no "Você na TV", na RedeTV!, e no dia seguinte no "Casos de Família". Em cada programa contaram uma história diferente.
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Como isso foi acontecer? Acho que Christina Rocha ainda deve uma explicação. Em fevereiro deste ano, depois que apontei outros casos semelhantes, a apresentadora reclamou de mim: "Você não gostar de um programa popular como o nosso é um direito que você tem, mas ficar falando coisas negativas o tempo todo e ficar nos perseguindo com notas já é implicância sua."
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Na época, o SBT se defendeu dizendo que não tem como saber, ao selecionar os participantes, se algum deles está enganando os pesquisadores. "A seleção do programa é através de entrevistas e não de detector de mentiras", disse a emissora.
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Pelo visto, o processo de seleção continua com problemas.
Atualizado às 18h30.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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