“Super Chef”, de Ana Maria Braga, é o programa certo na hora errada
Mauricio Stycer
24/08/2015 11h02
A culinária na TV começou como prestação de serviços, com lições para espectadoras de meia idade, mas descobriu sua maior vocação como fonte de entretenimento, por meio de concursos e disputas que agregam os mais variados segmentos de espectadores.
O "Mais Você", de Ana Maria Braga, exemplifica bem esta transição. No ar desde 1999, o programa sempre apostou em culinária. Depois de alguns anos, porém, as lições e dicas de Ana Maria passaram a ter a companhia de competições de cozinha.
Em 2008, o programa estreou o "Super Chef". Inicialmente, uma disputa entre gente interessada em faturar um prêmio de R$ 50 mil, o quadro foi alterado, em 2012, para uma sucessão de provas entre famosos – artistas da própria Globo, atletas e músicos conhecidos.
É neste formato que o "Super Chef Celebridades" estreou a sua quarta edição agora em agosto. Divertido, bem produzido, com um bom elenco, o reality segue um formato já consolidado, sem maiores surpresas.
O sucesso foi tanto que Band e SBT se apressaram, em 2015, para lançar a segunda edição de seus programas ainda no primeiro semestre do ano. Empolgada com o resultado comercial, a emissora de Silvio Santos já colocou no ar uma outra competição, o "Bake Off", dedicada a sobremesas. A Record lançará no próximo mês a sua, o "Cake Boss". E a Band já prepara um "MasterChef Kids".
Neste contexto atual, desconfio que a Globo está apresentando o programa certo na hora errada. A emissora desperdiça este novo público, seduzido pelas competições de culinária, ao manter o seu bom "Super Chef" no período da manhã. O quadro seria uma ótima alternativa, por exemplo nas noites de domingo. Fica a dica.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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