Topo

Pen drive em A Regra do Jogo tenta redimir “escorregão” de Avenida Brasil

Mauricio Stycer

09/09/2015 23h22


Como havia prometido, João Emanuel Carneiro resolveu fazer uma referência em "A Regra do Jogo" ao maior furo cometido em "Avenida Brasil" (2012). Para quem não se lembra, Nina (Debora Falabella) chantageou Carminha (Adriana Esteves) com fotos impressas, sem ter cópia num pen drive.

"Foi um escorregão, tive muita vergonha", disse o autor em entrevista à "Folha". "Fiz um curso e na novela vai ter hacker, nuvem", anunciou no dia da estreia.

Carneiro não demorou para cumprir a promessa. Nesta quarta-feira (09), nono capítulo de "A Regra do Jogo", o jornalista Dário (Alcemar Vieira) gravou o depoimento de Dênis (Amauri Oliveira), que resolveu entregar segredos da facção criminosa a qual pertencia.

Dário grava a conversa num pen drive para entregá-lo a Romero Romulo (Alexandre Nero). No final do capítulo, depois de dar o arquivo para Romero, o jornalista descobre que ele também pertence à organização criminosa.

A cena levantou, porém, algumas dúvidas. O jornalista não gravou as denúncias de Dênis em nenhum outro lugar? Nem no próprio computador nem na "nuvem" (um recurso mais moderno e prático do que o pen drive)? Como Carneiro falou que vai ter "hacker e nuvem", ainda podemos esperar alguma surpresa.

Outro problema. A ação que resultou na morte de Dênis e na captura de Dário ocorreu durante o dia, em Copacabana, e foi comandada por Orlando (Du Moscovis), um executivo famoso e bem-sucedido. Ele entrou armado no prédio, com outros três capangas, sem medo de ser visto. Um pouco improvável, não?

Em tempo: Vários espectadores, entre os quais Mr. Novela, comentaram que Dário deveria ter salvo a conversa com Dênis na nuvem ou em alguma outra mídia. Luis Guilherme chamou a atenção para a pouca verossimilhança da ação comandada por Orlando.

Veja também
TV erra em não contemplar mais a elite, diz João Emanuel Carneiro

O blog está no Twitter e no Facebook.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.