A conta está errada: “Além do Tempo” terá salto de 120 anos, e não 150
Mauricio Stycer
12/10/2015 05h01
Uma característica de "Além do Tempo" é o fato de a autora, Elizabeth Jhin, nunca ter determinado exatamente o tempo em que se passava a novela. Sabemos que é uma história ambientada na segunda metade do século 19, mas em que ano?
Na verdade, isso nunca teve maior importância para o bom andamento da novela. Mas, no momento em que a Globo anunciou que ocorreria uma passagem no tempo de 150 anos, comecei a pensar sobre o assunto.
Com toda licença poética que uma novela merece, é possível imaginar que "Além do Tempo" se passe em torno de 1895. Repito. Isso não tem maior importância. Porém, se a novela vai dar um salto de 150 anos na próxima segunda-feira, dia 19, isso significaria dizer que a trama vai se passar em 2045. Ou seja, no futuro. Impossível.
Como a história vai se passar nos dias atuais, ou seja, em 2015, se o salto é de 150 anos, quer dizer, então, que a primeira fase de "Além do Tempo" se passou em 1865 – o que também é impossível em função das referências citadas.
Por todas as referências citadas, acho que "Além do Tempo", de fato, se passou em 1895. Dessa forma, o salto no tempo que ocorrerá será de 120 anos. Acho que esse é o número mais correto.
Questionei a Globo sobre o assunto. A emissora confirma que autora não determinou o ano em que se passou a primeira fase. E, por isso, o material de divulgação da novela fala em em salto de "cerca de 150 anos".
Em entrevista ao "Estadão" neste domingo (11), o diretor Rogério Gomes falou que o salto será de 150 anos. Segundo a Globo, ele apenas "arredondou a informação". O objetivo é deixar claro para o público que "mais de um século se passou". Então, estamos de acordo: "Além do Tempo" vai dar um salto de mais de 100 anos na próxima fase.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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