Imitação de Silvio Santos chega à Globo no horário do “patrão” no SBT
Mauricio Stycer
19/10/2015 00h15
Wellington Muniz, o Ceará, apresentou no "Tomara que Caia" a imitação mais famosa que já criou. Não bastasse a surpresa de ver o seu Silvio Santos na Globo, o número foi ao ar na noite deste domingo (18) enquanto o original apresentava o seu programa no SBT.
No confronto entre os dois programas, entre 23h30 e 0h09, houve ligeira vantagem para o Silvio original: 11,8 pontos contra 11,7 (cada ponto no Ibope em São Paulo equivale a 67 mil residências). Curiosamente, nas duas semanas anteriores, sem imitação de Silvio Santos, o "Tomara que Caia" havia vencido o programa do SBT; no dia 11, por 11,4 a 9,9, e no dia 4 por 12,4 a 9,7. No Rio, neste domingo, o resultado a favor de Silvio Santos foi bem melhor: 13,3 contra 11,5.
Ceará entrou em cena junto com a famosa música do "Programa Silvio Santos", evocou o célebre Lombardi (Luis Lombardi Neto), locutor da atração por décadas, e fez a plateia rir com sua imitação da mais famosa gargalhada da televisão. Ao final do programa, fez uma homenagem a Luiz Carlos Mieli, falecido esta semana.
Mas a imitação de Ceará talvez seja a mais célebre e antiga. O personagem estreou na televisão no "Pânico", em 2003, na RedeTV!. Silvio Santos proibiu a exibição da imitação em 2005, mas voltou atrás e deixou o humorista fazer o seu número até 2012, quando moveu uma ação na Justiça, levando o "Pânico" a "enterrar" a piada.
Em 2013, depois de uma decisão judicial favorável, o humorista voltou a fazer a imitação, agora na Band. Este ano, já fora do "Pânico", Ceará levou o personagem para "A Grande Farsa", o programa que apresentou no Multishow.
Como Ceará já fez a sua imitação para o próprio Silvio, em 2007, no "Qual É a Música?", no SBT, com esta sua aparição no "Tomara que Caia" ele chega à quinta emissora, o que deve ser um recorde para um personagem de humor.
Atualizado em 19/10, às 11h.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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