Tipo raro na Globo, Monica Iozzi ri abertamente da emissora
Mauricio Stycer
31/10/2015 13h41
Monica ocupou um espaço que se pensava proibido na emissora – o do funcionário que ri e debocha abertamente da própria empresa. Marcelo Adnet também está fazendo isso com o seu "Militante Revoltado" no humorístico "Tá no Ar", mas aquele é um personagem de ficção.
Ainda em 2014, Monica atuou em "Alto Astral", uma novela bobinha, mas simpática – e não se saiu mal. Foi Scarlet Massimo, a patricinha mimada que se vê obrigada a viver como empregada doméstica para garantir a herança da família.
Como contou a Jô, Monica deve ao diretor Boninho, que a escalou no "BBB", a chance de brilhar no "Vídeo Show". "Na época eu estava fazendo novela e o Boninho me ligou e perguntou: 'Você pode fazer um teste para o Vídeo Show?' Eu disse que sim, né, ele é meu chefe. Já tinha feito "BBB", por que não faria o 'Vídeo Show'?"
Um dos talentos da atriz é conseguir falar as maiores barbaridades sem alterar a cara séria. No "Vídeo Show", em parceria com Otaviano Costa, tem exercitado muito esta característica, que é desconcertante. Quem vê, fica em dúvida se o comentário sobre determinado ator ou programa é sério ou piada – muitas vezes é as duas coisas ao mesmo tempo.
Na entrevista a Jô Soares, Monica fez isso várias vezes – rindo do diretor Boninho, das condições de trabalho oferecidas pela Globo ("a gente faz o programa num puxadinho"), do "BBB" e, mais importante, de si própria.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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