Na abertura do Mar Vermelho, "Os Dez Mandamentos" chega a 31 pontos em SP
Mauricio Stycer
10/11/2015 21h58
O aguardado capítulo desta terça-feira (10) de "Os Dez Mandamentos" recompensou a Record com um novo recorde de audiência. Segundo dados do Ibope divulgados na manhã desta quarta-feira (11), a novela bíblica bateu a Globo por larga margem, marcando média de 28,1 pontos contra 20,8 da concorrente — uma diferença de 7,3 pontos (cada ponto equivale a 67 mil residências em São Paulo). No seu melhor momento, o folhetim teve pico de 31 pontos, um resultado histórico para a emissora.
Com a média de 28,1, "Os Dez Mandamentos" foi, pela primeira vez, o programa mais assistido nesta terça na TV em São Paulo. A segunda maior audiência do dia foi "A Regra do Jogo", da Globo, com média de 25,7.
No Rio, "Os Dez Mandamentos" teve média de 32,3 contra 20,2 da Globo. No seu melhor momento, a novela bíblica alcançou 35,7 pontos na cidade.
Em Belo Horizonte, segundo dados prévios, a vitória foi de 23,3 a 20,8. Em Recife, teve média de 32,5 pontos.
O capítulo mostrou as cenas de um episódio bíblico de caráter épico, o momento em que o Mar Vermelho se abre, permitindo a fuga dos hebreus. Os soldados egípcios que os perseguem morrem na sequência, quando o mar volta a se fechar, mas esta cena ficou para o próximo capítulo.
Abusando da câmera de lenta, mas com efeitos de fato impressionantes, a longa sequência foi exibida ao longo de quatro blocos da novela — uma enrolação que se tornou habitual nesta última fase da novela.
Ela começa com os hebreus nas margens do mar desesperados ao verem a aproximação, inesperada, dos soldados egípcios comandados por Ramsés (Sergio Marone). Moisés (Guilherme Winter) sobe, então, em um monte e pede a ajuda de Deus, que envia bolas de fogo na direção dos egípcios, atrapalhando a marcha dos soldados.
Em seguida, orientado pela voz divina, Moisés ergue os braços e o mar começa a se abrir, criando o caminho para a fuga. Emocionados, os hebreus caminham e atravessam o mar. O líder vai por último, caminhando lentamente.
O capítulo também marcou a morte do sacerdote Paser (Giuseppe Oristânio, ótimo no papel) nos braços da filha, a rainha Nefertari (Camila Rodrigues).
A sequência, que custou à emissora R$ 1 milhão e mais de um ano entre preparação e execução, foi finalizada em um estúdio nos Estados Unidos, especializado em efeitos especiais.
"Gosto sempre de pontuar que não é cinema, é uma novela", disse o diretor Alexandre Avancini, comparando a sequência com a vista no filme "Êxodo: Deuses e Reis" (2014). "O diretor Riddley Scott gastou U$ 8 milhões na sequência. A gente não gastou isso. Particularmente não gosto da cena dele. A nossa cena é melhor que a do Riddley Scott. Em termos de fenômeno da natureza a cena dele não me agradou", afirmou ao UOL.
Compare a cena da novela com cenas de três filmes:
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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