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Qual programa de TV explorou mais a morte de Cristiano Araújo?

Mauricio Stycer

27/12/2015 17h43

cristianoaraujodomingo
O segundo semestre de 2015 assistiu a uma mórbida competição na TV: qual foi o programa que mais explorou a morte de Cristiano Araújo? São vários os candidatos, mas creio que o título deverá ficar entre dois finalistas: "A Tarde É Sua", da RedeTV!, ou "Domingo Show", da Record.

O programa comandado de segunda a sexta por Sonia Abrão tratou do assunto por mais de dois meses seguidos. Foi, de longe, a cobertura mais extensa, com ótimos resultados no Ibope. O filé-mignon foi o mistério em torno de um suposto filho do cantor, encerrado com um exame (negativo) de DNA. A atração também debateu seriamente se nuvens no céu estavam, ou não, formando a imagem do cantor. Segundo Sonia, foram "homenagens" a Cristiano Araújo.

Já o programa sob o comando de Geraldo Luís foi o mais original em matéria de pautas. No "Domingo Show", o motorista do cantor falou pela primeira – e ganhou uma oferta de emprego do apresentador. Geraldo também fez a festa com o entregador de lanches que tem a voz parecida com a de Cristiano Araújo. Teve, ainda, a surpresa ao fã-mirim a quem o cantor havia prometido entregar um violão, entre outras "homenagens".

Neste domingo (27), Geraldo Luís apresentou mais uma "homenagem" interminável, incluindo um vídeo inédito, gravado no final de 2014, no qual Cristiano diz algumas frases à equipe que o acompanhava. Como outras reportagens do gênero, esta última do "Domingo Show" abusou de trilha sonora melodramática, texto apelativo, muito mistério e imagens conhecidas do cantor.

Ainda faltando quatro dias para o fim do ano, com alguns programas de Sonia Abrão pela frente, acho precipitado afirmar quem vai ganhar esta competição.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.