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Vilão de A Regra do Jogo premia Dante com o "Troféu Tapado"

Mauricio Stycer

06/01/2016 05h01

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Desde a revelação de que o empresário Gibson Stewart (José de Abreu) é o líder da organização criminosa, "A Regra do Jogo" tem oferecido bons momentos ao espectador.

Em uma das cenas mais fortes até hoje, no capítulo exibido na véspera do Natal, Gibson convenceu Romero (Alexandre Nero) a voltar para a Facção, depois de explicar o que leva um industrial milionário a entrar para o crime.

"Eu sonho alto, eu sonho com um futuro melhor para o meu Brasil. Quero pegar essa gentalha que está no poder e botar tudo na vala comum. A única maneira de dar um jeito no Brasil é na marra. A bala. Os militares tentaram isso, mas foram frouxos. Por isso a gente vive nessa bagunça generalizada. Por isso fiz um exército, um braço armado, de homens de bem nesse país da bandidagem."

Nesta terça-feira (05), foi a vez de outro criminoso, Orlando (Du Moscovis), dar um show, ao sequestrar Gibson. Diante da mulher, filha e netos do empresário, ele tripudiou da ingenuidade e boa fé de todos. "Como eu consegui enganar vocês assim… Foi tão moleza que perdeu até a graça".

O ponto alto do discurso foi a humilhação sofrida por Dante (Marco Pigossi). Como se sabe, há 109 capítulos, o policial investiga a Facção sem sucesso. Honesto e ingênuo, Dante sempre revela todas as suas descobertas para o pai, Romero, e o avô, Gibson, ambos integrantes da organização. Por isso, Orlando disse:

"O Troféu Tapado, o Troféu Trouxa, bundão, o Troféu Babacão, burro, idiota, vai pra quem? Vai para o Dante!!! Vocês conseguem acreditar que um moleque desses aqui é investigador de polícia? É por isso que a gente está como está. Investigador de polícia…"

Desta forma, João Emanuel Carneiro deu uma satisfação ao público, irritado com o excesso de ingenuidade do herói, e ofereceu uma chance para o despertar de Dante.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.