Aposta em fofura, choro e supervoto do júri são acertos do “The Voice Kids”
Mauricio Stycer
20/03/2016 15h33
A versão infantil do "The Voice", que termina daqui a uma semana, não foi exatamente um concurso musical, como prometia, mas ofereceu um entretenimento da melhor qualidade, perfeito para quem está diante da TV no início da tarde aos domingos.
A semifinal, exibida hoje (20), confirmou o acerto do programa. "The Voice Kids" provocou encanto sempre que apostou no desempenho infantil mais genuíno, sem preocupação com profissionalismo ou "crianças-prodígio", com jeito de adultas.
A partir desta fase, as eliminações em dupla deram início, também, a sucessivas demonstrações de emoção – e muito choro – das crianças, contagiando jurados, público no estúdio e espectadores em casa. Apelação? Sim. Mas bem mais suave do que o da exploração de "histórias de superação" em variados programas.
Com a obrigação de dar 30 pontos para um candidato em cada semifinal, eles subtraíram, ao menos em parte, a autonomia do público. Ivete, com sua escolha, desautorizou a opção dos espectadores. No caso das outras duas semifinais, a escolha dos jurados coincidiu com a do voto popular.
No próximo domingo (27) se encerra o "The Voice Kids" com a disputa entre Pérola Crepaldi, Rafa Gomes e Wagner Barreto. Creio que, para a maioria dos espectadores, foi uma experiência bem mais interessante e divertida do que a versão adulta do programa.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
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