Dois anos após estreia como apresentadora, Sabrina não saiu do lugar
Sabrina Sato e a Record têm bons motivos para festejar os dois anos do programa da "japa mais querida do Brasil". Novata na função, a apresentadora conquistou um público bastante fiel neste período.
Com audiência estabilizada em torno de 7 pontos em São Paulo, o "Programa da Sabrina" é vice-líder no horário desde a estreia, e jamais foi realmente ameaçado pela concorrência. O seu desempenho, por este ângulo, é bem superior ao de Xuxa Meneghel, um investimento ainda maior da emissora.
O problema de Sabrina é que, até hoje, ela ainda não conseguiu ganhar envergadura como apresentadora. Simpática e sorridente, como sempre foi no "Pânico", ela segue dando sinais de que ainda não se adaptou à tarefa de comandar um programa de auditório.
Aliás, levá-la para a rua tem sido, desde o início, uma saída para aliviar o seu desconforto no estúdio, diante da plateia. Mas, diferentemente do que ocorria no "Pânico", Sabrina não se mostra tão à vontade nas pautas externas.
Isso ficou evidente, mais uma vez, na longa (40 minutos) reportagem com Geraldo Luis no último sábado (26). Tudo soou artificial, desde o pretexto, um convite para jantar, até as brincadeiras a que o apresentador do "Domingo Show" foi submetido, como se declarar para a "japa" no meio da rua.
Sabrina ficou famosa pela espontaneidade. Não funciona bem diante de roteiros com cara de peça de teatro infantil – como este encontro com Geraldo.
A apresentadora tem, também, dificuldades em variar o tom de voz. Tudo que ela fala parece igual – de manifestações de surpresa no palco até ações de merchandising, passando por narrações de histórias tristes ou engraçadas.
O time de convidados, igualmente, não ajuda muito. Neste último programa, recebeu Paulo Zulu, Luciano Szafir e Rayanne Morais, todos do elenco da segunda temporada de "Os Dez Mandamentos". Sem saber o que perguntar aos atores, limitou-se a fazer propaganda da novela.
O fascínio com a internet é outra marca do programa. Em uma mesma noite, ela apresentou Whindersson Nunes, "fenômeno da internet", o cantor Zé Felipe, filho de Leonardo, que "tem mais de 40 milhões de visualizações na internet", e Paula Mattos, cujos vídeos "têm mais de 41 milhões de visualizações".
Nas entrevistas, me chama a atenção o fato de Sabrina muito raramente comentar o que os seus entrevistados dizem. Também não interage com eles. Dura, ela parece só fazer as perguntas previstas no roteiro.
Pauta obrigatória em todo programa da Record, a "história de superação" também não falta. Na última semana, ela apresentou "a história do barbeiro que foi abandonado pelo pai e hoje cuida da família". Com um aviso, claro: "Você vai se emocionar".
Estou sendo muito exigente? Talvez. Mas quem conheceu Sabrina no "Pânico" tinha muita expectativa de vê-la no comando do próprio programa. E, até agora, dois anos depois, a sensação é que ela não saiu do mesmo lugar. Como escrevi há dois anos, Sabrina continua fazendo um genérico de programa de auditório, sem maior personalidade.
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