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Gravado e com novo diretor, Xuxa perdeu audiência e não venceu mais o SBT

Mauricio Stycer

28/04/2016 05h01

Na guerra pela vice-liderança, algumas das disputas mais interessantes se dão entre os programas de auditório de Record e SBT.

A emissora de Edir Macedo tem levado boa vantagem aos domingos (com "Domingo Show" e "Hora do Faro") e às quartas (com Gugu). Já o canal de Silvio Santos encontra consolo às segundas, com Ratinho e "Máquina da Fama".

Maior contratação da história recente da Record, Xuxa tem sido derrotada com grande freqüência pelos dois programas do SBT. Desde a estreia, em 17 de agosto de 2015, foram 36 programas – em 29 deles, a ex-rainha dos baixinhos deixou sua emissora em terceiro lugar e em sete ficou na vice-liderança.

A ansiedade com o desempenho do programa, tanto por parte da apresentadora quanto da Record, já produziu duas mudanças drásticas. Desde o final de janeiro, a atração deixou de ser ao vivo e trocou de diretor. Mariozinho Vaz, que havia deixado a Globo para comandar Xuxa, foi substituído por Ignácio Coqueiro, então diretor de "A Hora do Faro".

Os números de audiência mostram que as alterações não surtiram efeito. Ao contrário. A audiência caiu. Com Vaz, Xuxa registrou 6,9 pontos de média enquanto o SBT, na mesma faixa horária, alcançou 7,8. As sete vitórias da apresentadora ocorreram neste período. De 24 confrontos, o SBT venceu 17 vezes.

Com Coqueiro, desde 8 de fevereiro, Xuxa permanece na terceira colocação por 12 semanas seguidas, com 6,13 de média – uma queda de 11% em relação ao período dirigido por Vaz. Já o SBT segue na vice-liderança, sem alterar a sua média, de 7,8.

A troca de diretor implicou em algumas poucas mudanças no programa – alguns quadros novos e o esforço de exibir convidados com forte apelo popular, como Eduardo Costa e Wesley Safadão. O culto à própria apresentadora permanece como uma marca da atração.

Estamos falando de pouco mais de oito meses de programa, o que não é muito tempo em televisão. Xuxa ainda tem muita coisa para experimentar e testar na busca para ampliar o seu público. O que pesa, justamente, é a ansiedade por audiência, justificada pelo peso de seu nome e dos valores envolvidos na sua contratação.

Resta à Record saber administrar estas derrotas e tentar encontrar um caminho para a apresentadora.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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