Patricinha de época, Branca foi a maior diversão de "Liberdade, Liberdade"
A única personagem de "Liberdade, Liberdade" que fez o público rir morreu no capítulo desta segunda-feira (25) provando, literalmente, do próprio veneno. Mario Teixeira, o autor da trama, fez justiça à criatura. Até na morte trágica ela foi engraçada. Adeus, Branca.
Num desfecho engenhoso, a estabanada "patricinha de época" se confundiu e caiu fulminada no salão de festas ao tomar a taça champanhe "batizada" que havia destinado à rival Rosa (Andréia Horta).
Já escrevi no blog sobre a minha decepção com esta novela. Apontei sete problemas do folhetim, entre os quais a dificuldade que bons atores, como Mateus Solano e Lília Cabral, tiveram com papéis limitados (leia aqui).
Nathalia Dill, vivendo esta rara personagem com veia cômica, se destacou. Marco Ricca (como o bandido Mão de Luva) e Zezé Polessa (a curandeira Ascensão) também conseguiram criar tipos interessantes, apesar das aparições esporádicas.
Creio que este foi o papel mais rico de Nathalia Dill – ela esteve também, nos últimos anos, em boas novelas, como "Cordel Encantado", "Avenida Brasil" e "Jóia Rara", mas não teve o mesmo destaque que agora.
A atriz apostou num sotaque mineiro que possivelmente nem existia na época, mas que resultou muito engraçado. Foi deixando, aos poucos, aflorar a loucura de Branca, enquanto era observada com complacência pela mãe Luzia (Chris Couto) e pela tia Alexandra (Juliana Carneiro da Cunha).
Conseguiu o feito de transformar uma personagem com todos os defeitos possíveis, além de falhas graves de caráter, em um tipo simpático, por quem o espectador torcia para ver mais na tela. Faltando duas semanas para o fim de "Liberdade, Liberdade", vai fazer muita falta.
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