“Cadê a peruca? Ninguém lembra mais”, diz diretor sobre atuação de Fagundes
O desempenho de Antonio Fagundes na reta final de "Velho Chico" está chamando a atenção. Vivendo a decadência do coronel Saruê, o ator tem emocionado em diversas cenas da novela. No capítulo desta quinta-feira (22), perturbado com o abandono da mulher, Iolanda, dos dois filhos, do neto, e a morte da mãe, Afrânio decidiu cimentar parte da sua residência, para abafar as lembranças.
"É o melhor desempenho do Fagundes nos últimos tempos", diz o diretor da novela, Luiz Fernando Carvalho (na foto entre Fagundes e Domingos Montagner na festa de lançamento da novela, em março). "Cadê a peruca? Ninguém se lembra mais! O personagem é todo uma peruca só que se esfarela pouco a pouco."
A referência de Carvalho a este adereço do figurino do personagem se explica. Durante meses, houve reclamações, inclusive dentro da Globo, sobre a peruca usada por Fagundes para compor Saruê.
A peruca fazia parte de um conjunto, como explicou Carvalho ao UOL, em abril. "Você pode ver no Saruê uma mistura de Donald Trump com Sarneys da vida, ACM, Menem, todos os latino-americanos, metade galãs, metade presidentes da República. Que faziam plástica, pintavam o cabelo, tinham esse lado de galã mexicano. Que Ronald Reagan também tinha. Esse cara (Saruê) assimila tudo isso e dá à novela essa eletricidade do tragicômico e, às vezes, do patético".
Cinco meses depois, Saruê está perto de reencontrar o Afrânio que foi um dia, na juventude. Carvalho é só elogios para o desempenho do ator: "Fagundes faz um personagem muito longe dele. Que coragem! Poucos fariam esse deslocamento, que implica em abandono do ego e vaidades."
O diretor acrescenta: "É sem duvida um apuro na arte de interpretar, um exemplo a ser seguido, sem falar do alto nível de comprometimento. Um grande desafio que ele venceu com louvor e sensibilidade, traçando um retrato fiel da decadência do coronelismo do passado e do presente."
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