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O Nobel de Bob Dylan na visão do fã: “Eu já sabia!”

Mauricio Stycer

13/10/2016 16h54

Há vários sentidos, efeitos e consequências na concessão do Nobel de Literatura a Bob Dylan. Vou me limitar a falar do menos importante deles – o impacto do prêmio sobre os fãs.

Ainda que seja um artista bastante popular, Bob Dylan nunca foi uma unanimidade. A densidade poética de suas letras não é de fácil consumo. O tom nasalado da voz não ajuda quem tenta entender o que ele canta. Em shows, quase sempre muda o arranjo das canções mais famosas e dificulta a vida de quem quer cantar junto. Não é de dar entrevistas nem de explicar muito o que faz.

Quem gosta de Bob Dylan gosta mesmo. Ouve, lê, estuda, vai a shows (caros e, às vezes, ruins), ainda compra CDs… Quem é fã sempre soube que ele é um artista de uma dimensão especial, muito além da música pop – poeta, escritor, ativista, visionário, maluco…

Bob Dylan exige uma certa dedicação e o Nobel, como se ainda fosse necessário (depois de tantos outros prêmios, incluindo um Oscar e um Pulitzer, além de vários Grammy e um Globo de Ouro), reconforta o fã, mostra que ele sempre esteve certo no seu respeito e dedicação.

Feliz com a realização do seu objeto de admiração, o fã pode enfim dizer: "Eu já sabia!"

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.