Sem freios, Silvio faz comentário racista, piada com obesa e ri de Anitta
Mauricio Stycer
06/11/2016 01h21
Como já é tradição no fim do ano, Silvio Santos deu show na segunda noite (05) do Teleton, a maratona beneficente que o SBT promove anualmente em prol da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
Perto de completar 86 anos, Silvio está cada vez mais sem freios na língua e despreocupado com a repercussão eventualmente negativa do que diz.
Em uma conversa com um grupo musical formado por cinco mulheres acima do peso, o dono do SBT fez um comentário racista, ao falar para Daiane: "Você é muito graciosa. Embora sendo a única negra entre as brancas, é bonita. É bonita de verdade."
Depois de perguntar o peso de Daiane (120 quilos), Silvio observou: "Quem casar contigo vai ter dois prazeres. Um na hora do bem bom e outro na hora em que você sai de cima" (veja abaixo).
Anitta sugeriu dançar com Silvio. ""Não vou dançar com você. Quando danço fico muito excitado", disse o dono do SBT.
A cantora disse que é do Rio. Silvio, então, perguntou: "Você mora antes ou depois do túnel (Rebouças)?" Atenta, ela respondeu: "Depende do ponto de vista. Nasci em Honório Gurgel (bairro da zona norte)". "É lugar de pobre", disse Silvio. "Agora moro na Barra", acrescentou Anitta.
A filha Patricia, como sempre, também foi vítima do pai. Depois de citar o nome de cantoras famosas, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Anitta e Paula Fernandes, ele disse para a filha: "Você não canta como elas. O que você faz?". Com bom humor e autocrítica, ela disse: "Sou filha do dono".
A noite acabou indo bem mais longe que o programado. E Silvio deu sinais de que estava cansado. Querendo encerrar logo as doações, o dono do SBT abriu logo o cheque de um dos patrocinadores, levando Patricia a reclamar: "Calma, calma!". Ao que ele disse: "Calma nada!" Com a meta de arrecadação de R$ 27 milhões alcançada, o Patrão encerrou o programa às 2h da manhã.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.