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10 coisas que talvez você não saiba ou se esqueceu sobre Hebe Camargo

Mauricio Stycer

04/05/2017 04h01


Cinco anos depois da sua morte, Hebe Camargo (1929-2012) está ganhando uma primeira grande homenagem, um livro que se propõe a organizar e dar sentido a dezenas de histórias e lendas sobre a sua vida pessoal e trajetória profissional.

"Hebe, a Biografia", do jornalista Artur Xexéo, também festeja a loira mais famosa da TV brasileira com uma série de depoimentos de artistas e amigos que testemunharam o seu trabalho e tentam explicar o que a fazia tão especial.

O livro reconstitui, ainda, a sua carreira como cantora – lançou quase uma dezena de discos, de vários gêneros. E mostra como, em diferentes emissoras, Tupi, Continental, Paulista, Record, Band, SBT e RedeTV!, entre outras, deixou a sua marca como uma apresentadora carismática e querida.

"Hebe, a Biografia" será lançado no dia 10, na Livraria da Travessa do Leblon, no Rio, e no dia 11 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo.

Abaixo, seleciono dez fatos curiosos sobre Hebe, extraídos do livro de Xexéo:

1. De família pobre, Hebe tinha 13 anos, em 1942, quando participou e venceu o seu primeiro concurso de calouros, o Calouros Kol-Kin, da rádio Record. Ela imitou Carmem Miranda cantando "Disso É que Eu Gosto". O prêmio, em dinheiro, foi dado aos pais. O resultado levou Hebe a abandonar os estudos e a se dedicar a programas do tipo.

2. A cantora assinou o seu primeiro contrato profissional dois anos depois, em 1944, com a rádio Difusora. A emissora providenciou um nome artístico para Hebe, que passou a se chamar Magali Porto. Ela chegou a se apresentar algumas vezes com este nome, mas logo voltou a usar o nome de batismo.

3. No fim da década de 1940, quando era apenas uma cantora de rádio, Hebe mereceu vários epítetos, como a Morena Brejeira do Samba, a Queridíssima, a Estrelinha, a Estrelinha do Samba, a Moreninha do Samba, a Estrela do Planalto, a Vitamina do Samba.

4. Entre os muitos namorados que Hebe teve ou foram atribuídos a ela, o mais surpreendente foi o boxeador Joe Louis (1914-1981), campeão mundial dos pesos pesados. Encontraram-se, segundo registros da imprensa, em 1950, durante uma visita do pugilista a São Paulo.

5. Hebe foi escalada para cantar o Hino da Televisão na cerimônia de inauguração da primeira TV no Brasil, a Tupi, em São Paulo, em setembro de 1950. Mas, alegando estar doente, faltou e foi substituída pela amiga Lolita Rodrigues. Na realidade, ela preferiu passar uma noite com Luís Ramos, um dos namorados que mais marcaram a sua vida. Por muitos anos, Hebe mentiu, dizendo que havia participado da inauguração da TV no país.

6. Considerado um dos grandes nomes da televisão brasileira, Cassiano Gabus Mendes reprovou Hebe em um teste, nos primórdios da Tupi. Considerou que ela tinha sobrancelhas muito grossas e seios muito grandes. "Ela não tem imagem para televisão", decretou.

7. Em 1957, Hebe fez a sua primeira viagem internacional, aos Estados Unidos. Passou por várias cidades. Em Nova York, viu a rainha Elizabeth II, se encantou com as lojas de departamento e assistiu "My Fair Lady", na Broadway. Mais importante, voltou loira – e nunca mais abandonou a nova cor do cabelo.

8. Ao se casar pela primeira vez, em 1964, com Décio Capuano, um comerciante de carros importados, o pai do noivo exigiu que Hebe assinasse um documento abrindo mão de qualquer bem do futuro marido. Em compensação, Capuano se comprometeu as sustentar os pais de Hebe. Deste casamento, resultou o único filho de Hebe, Marcello.

9. Já uma apresentadora consagrada, Hebe participou em 1967 do famoso Festival da Record. Cantou "Volta Amanhã", na terceira eliminatória – e foi vaiada do início ao fim da apresentação. Depois desta experiência, nunca mais aceitou participar de festivais, mas ainda voltou a cantar e gravar discos.


10. Hebe gostava muito de Xuxa. "Eu sou você amanhã", dizia. Depois de muito insistir, conseguiu que o chefão da Globo, Boni, autorizasse Xuxa a participar do seu programa no SBT, em 1989. A apresentadora presenteou a rainha dos baixinhos com uma pulseira de ouro e brilhantes durante a transmissão. No Ibope daquela noite, Hebe bateu o "TV Pirata". "A Globo foi derrotada por duas loiras e um sofá. E uma das loiras era minha", teria dito Boni a Xuxa.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.