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“Não dá mais para enrolar em novela”, diz o diretor Dennis Carvalho

Mauricio Stycer

01/06/2017 04h01


Um dos mais experientes diretores de TV em atividade, Dennis Carvalho está concluindo mais um trabalho bem-sucedido, a novela "Rock Story", que termina na próxima segunda-feira (5). "Senti que essa novela passou muito rápido pra mim. Teve várias novelas que eu vinha pra cá e pensava: 'Tenho que ir pro Projac…' Essa aqui eu falava: 'Oba! Tenho que ir pro Projac'. E já acabou", diz o diretor ao UOL.

Aos 70 anos, e algumas dezenas de trabalhos bem-sucedidos no currículo, Dennis acha que não há risco de o gênero novela ser superado por séries. "É uma tradição cultural brasileira. A gente já tentou tirar a novela dos sábados, fazer novelas menores, mas o público não quer. Se tem uma boa história… Faz parte da vida das pessoas", diz.

Mas reconhece que, por causa dos seriados, o público exige mais agilidade das novelas. "'Rock Story' foi bem porque tinha história. Não dá pra ficar enrolando como a gente enrolava antes, aquela barriga no meio da novela…"

O currículo de Dennis como diretor inclui trabalhos de todos os tipos, como "Dancin´ Days", "Anos Rebeldes", "Fera Ferida", "Celebridade" e, mais recentemente, "Lado a Lado" e "Sangue Bom", entre muitos outros.

"Quero sempre fazer uma coisa de bom gosto", diz. "O que eu aprendi com meus professores aqui dentro, Daniel Filho e Walter Avancini (1935-2001), foi: coloque-se sempre no lugar do espectador e veja. Está gostando daquela história? Está se emocionando com aquela história? A imagem, o invólucro, vem em segundo lugar."

E prossegue: "Acho legal não me preocupar primeiro com o invólucro e sim com a história, o ator etc. Aí, se tiver uma boa luz uma boa iluminação… A novela tem quatro ou cinco diretores. Eu dou uma linha e cada um mais ou menos acompanha. Não gosto que a novela tenha várias caras".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.