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Silvio sobre Figueiredo: “Se não fosse ele, eu tava vendendo caneta na Sé"

Mauricio Stycer

27/08/2017 21h11

Silvio Santos já manifestou mais de uma vez gratidão a João Batista Figueiredo (1918-1999), último general a presidir o Brasil durante a ditadura militar. Foi no governo dele, em 1981, que o empresário ganhou a concessão de parte dos canais da TV Tupi, incluindo o de São Paulo, o que permitiu a transformação da TVS, do Rio, em SBT.

Neste domingo (27), em meio a uma brincadeira com os nomes de diferentes presidentes do Brasil, Silvio voltou a fazer um elogio a Figueiredo: "Sou muito grato a ele. Se não fosse ele, eu estava vendendo caneta na praça da Sé".

Exagero, claro. Silvio já era um empresário bem-sucedido, dono de um canal de televisão. Mas mostra que a criação uma rede nacional de TV, viabilizada pela concessão dada por Figueiredo, é compreendida pelo empresário como um momento decisivo em sua trajetória.

Em dezembro de 2016, na abertura da exposição sobre Silvio Santos no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, chamou a atenção o fato de constar uma homenagem a Dulce Figueiredo (1928-2011), mulher do general-presidente, mas não a ele.

Diante de uma lista, o empresário aprovou 18 nomes, que foram incluídos em uma espécie de calçada da fama colocada ao longo de toda a exposição. Outros foram rejeitados. Revelei no blog que Silvio afirmou aos organizadores da exposição que recebeu ajuda da então primeira-dama para conseguir a concessão.

Balanço do mês

O programa deste domingo deixou Silvio Santos na liderança no Rio por 26 minutos, à frente do filme "Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer". No geral, o programa registrou média de 12 pontos, contra 21,5 da Globo e 6,7 da Record. Em São Paulo, também foi vice-líder com média de 11 pontos, atrás da Globo (22,6) e à frente da Record (7,6).

Os números de audiência de agosto mostram que Silvio Santos segue firme como a principal atração do SBT. O programa do Patrão foi vice-líder com larga vantagem sobre a principal concorrente. Em São Paulo, registrou média de 10,5 pontos, contra 22,1 da Globo e 8,3 da Record. No Rio, a média foi ainda mais alta, de 12,4 pontos, atrás da Globo, com 21,6, e muito à frente da Record, que marcou 5,7 de média.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.