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Tatá volta menos ansiosa e mais curiosa na segunda temporada de Lady Night

Mauricio Stycer

15/10/2017 07h01


Exibida entre abril e maio deste ano, a primeira temporada de "Lady Night" permitiu a Tatá Werneck mostrar a sua versatilidade como comediante. Engraçada, inteligente, boa de improviso, ela comandou um talk show marcado por pouca conversa e muitas brincadeiras com atores, cantores e celebridades.

Uma segunda temporada, logo encomendada, acaba de estrear. Um timaço passou pelo palco do Multishow nesta primeira semana: Neymar, Cauã Reymond, Cleo Pires, Daniela Mercury, Pablo Vittar e Gloria Maria.

Tatá surpreende por ser muito debochada e, ao mesmo tempo, estar sempre rindo de si mesma. É uma combinação que desarma a maioria dos convidados. Quando se dão conta de que estão sendo submetidos a situações ridículas, ela está ali ao lado, fazendo as mesmas brincadeiras infames.

Tive a impressão que, em relação à primeira temporada, Tatá está menos ansiosa. Respira alguns segundos a mais entre um comentário e outro, o que torna a sua dicção muito mais clara. Também parece mais curiosa em relação aos entrevistados, capaz de ouvi-los falar até um minuto sem interrupções.

A entrevista com Gloria Maria foi exemplar desta nova fase de Tatá. Deixou a jornalista falar, contar histórias, até mesmo abordar um tema sério (a adoção das duas filhas) e divertir o público com suas histórias de pescador.

A conversa com Daniela Mercury foi, talvez, a menos bem-sucedida, mas a tensão no ar produziu bons momentos. A cantora criticou Tatá por usar o verbo "assumir" ao se referir ao momento em que ela comunicou ter se casado com uma mulher. "Tem uma carga negativa", disse Daniela. "Apenas casei".

A conversa, sem muitas piadas, surpreendeu a apresentadora. Depois de fazer um comentário sobre feminismo, Tatá riu de si mesma: "E eu falei sério pra caralho! Chupa, Bial!"

O primeiro convidado da nova temporada foi Neymar. O roteiro da entrevista, inicialmente, privilegiou o desconhecimento de Tatá sobre futebol, o que foi um desperdício. Mas o jogador, além de rir muito com a apresentadora, teve a chance de se mostrar ao falar do filho. Ele classificou como "horrível" a sua primeira reação ao saber que seria pai.

Um bom tema, o sensacionalismo de sites de celebridades, foi explorado na entrevista com Neymar e, depois, também na conversa com Gloria Maria.

Cauã Raymond, muito à vontade, só travou quando Tatá foi indiscreta sobre sexo – um tema que Cleo Pires gabaritou.

Como na primeira temporada, o quadro "entrevista com o especialista" segue sendo um dos destaques com as perguntas nonsense de Tatá, mas os convidados agora parecem mais preparados para evitar o ridículo.

Um aspecto cruel deste tipo de programa de humor é que mesmo as melhores piadas cansam e precisam ser constantemente renovadas. Mas, a julgar pela primeira semana da segunda temporada de "Lady Night", não falta inspiração e entusiasmo a Tatá Werneck.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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