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No episódio 100, em Brasília, “Zorra” ri de Temer, dos paneleiros e de Lula

Mauricio Stycer

05/11/2017 00h29


Lançado em maio de 2015, o "Zorra" comemorou o seu centésimo episódio neste sábado (04) com a exibição, pela primeira vez, de esquetes gravados em Brasília, diante do Congresso Nacional. O investimento sinaliza a aprovação da Globo à nova linha do humorístico, que substituiu o popular "Zorra Total".

Numa paródia de "Morena de Angola", de Chico Buarque, celebrizada por Clara Nunes (1942-1983), Dani Calabresa perguntou: "Cadê a galera que andava animada batendo na panela? Por que ninguém mais batucou se tem tanto ladrão fora da cela?". E, debochando, observou: "Eu faço protesto maneiro mandando textão na internet. Pra cada curtida que eu ganho, mais uma mutreta se repete".

Já o presidente Temer, na imitação de Fernando Caruso, fez menção ao centésimo episodio do "Zorra" e manifestou seu repúdio "a essa caricatura acéfala e completamente desprovida de gracejos que esse suposto ator faz da minha pessoa". Entrou em cena, então, um segundo Temer/Caruso, que também reclamou do programa ("é uma porcaria") e da "péssima imitação". Foi a deixa para um presidente expulsar o outro aos gritos de "fora Temer!".

Três deputados procurados pela Polícia Federal apareceram jogando golfe e fazendo um churrasco na Praça dos Três Poderes. Diante da assessora de um deles, informando que o cerco estava se fechando, os parlamentares lembraram: "Quem é que ia ter a ideia de procurar um deputado em Brasília? Ainda mais numa sexta-feira?"

Ao final do episódio, Lula (Augusto Madeira) tentou pagar a conta de um almoço com um amigo usando um cartão de crédito novo, mas não se lembrou da senha. Numa referência aos recibos de aluguel que o ex-presidente entregou à Justiça com datas inexistentes, o personagem insistiu que a senha era 31 de junho. O cartão foi bloqueado.

"A política é um assunto que se impôs a nós, e que é tão recorrente que você não consegue imaginar um programa que aborda a atualidade sem ele", afirma Celso Taddei, que assina a redação final do humorístico ao lado de Marcius Melhem e Gabriela Amaral.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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