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Especulação sobre o futuro político de Huck aumenta e envolve a Globo

Mauricio Stycer

13/11/2017 05h01


Caso se confirme, a intenção de Luciano Huck disputar a presidência da República em 2018 afetará não apenas o quadro político nacional, mas também a grade da Rede Globo. À frente do "Caldeirão do Huck" desde abril de 2000, o apresentador terá que deixar a emissora para entrar na política. Mas quando?

A legislação eleitoral estabelece algumas datas-chaves neste processo. O dia 7 de abril é o limite para qualquer candidato estar filiado a um partido político ou trocar de legenda. Huck, até o momento, não é filiado a qualquer partido.

A partir de 5 de julho, os pré-candidatos podem dar início à campanha intrapartidária para conseguir indicar o seu nome. Não é permitido o uso de rádio ou TV nesta fase pré-convenção. Os partidos e coligações podem escolher seus candidatos entre os dias 20 de julho e 5 de agosto de 2018.

Em 2016, a legislação eleitoral vedou às emissoras transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato radialista ou apresentador de TV a partir de 30 de junho. Em São Paulo, o caso mais notório foi o de Celso Russomanno (PRB-SP), que se afastou da "Patrulha do Consumidor", na Record, no primeiro semestre para disputar a Prefeitura.

Segundo Josias de Souza, Huck não parece disposto a prolongar a sua decisão por muito tempo. O colunista do UOL informou na manhã de sábado (11) que o apresentador da Globo disse a Roberto Freire, presidente do PPS, que decidirá no mês de dezembro se irá apenas "participar" ou "competir" nas eleições presidenciais de 2018.

Na tarde de sábado, Maurício Lima, de "Veja", publicou que a cúpula da Globo estabeleceu dezembro como o mês-limite para Huck se decidir. "Ficou decidido que, se ele quiser mesmo abraçar a política, terá de sair da emissora até dezembro. Sem volta".

Há lógica nesta suposta pressão da Globo. Embora Huck possa, pela legislação eleitoral, empurrar a sua decisão até abril, pelo menos, não interessa à emissora começar 2018 sem ter certeza sobre o que exibirá aos sábados no ano que vem.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.