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Diretor reconhece falhas e concorda com críticas a O Outro Lado do Paraíso

Mauricio Stycer

08/02/2018 22h37

Em contato com seus seguidores no Twitter nesta quinta-feira (08), o diretor de "O Outro Lado do Paraíso", Mauro Mendonça Filho, deu um show de sinceridade. Ele reconheceu problemas que vêm sendo apontados no texto da novela, de Walcyr Carrasco, disse concordar com algumas críticas, mas defendeu o resultado final de um dos assuntos tratados na trama.

Um dos temas principais da conversa de Mendonça Filho (à esq.) com os internautas foi a história de Laura (Bella Piero), abusada sexualmente na infância pelo padrasto. Ela está superando o trauma com a ajuda de uma advogada, Adriana (Julia Dalavia), que é também "coach" e submeteu a jovem a sessões de hipnose. A abordagem foi criticada com veemência por diferentes associações de psicólogos.

Mendonça Filho concorda com a crítica: "Acho que faltou a Adriana chamar um psicólogo ao invés dela fazer", disse. "Mas isso não tira o valor do que é mais importante: a denúncia da pedofilia".

Outro assunto abordado foi a "cura" da juíza Raquel (Erika Januza). Atropelada de forma criminosa, ela sofreu danos irreparáveis na coluna e perdeu os movimentos da perna. Mas uma intervenção divina da vidente Mercedes (Fernanda Montenegro) no capítulo de quarta-feira (07) levou a juíza a voltar a sentir as penas.

Um seguidor de Mendonça Filho classificou a cena como "emocionante". Ele respondeu: "É… mas confesso que não concordo com a cena. Tenho uma filha cadeirante. Se tem alguém que sabe que não rola milagre sou eu."

O diretor também ouviu críticas à forma como está sendo tratada, pelo autor, a história da anã Estela (Juliana Caldas). "Ela é formada, morou fora, mas virou uma pobre coitada que depende de outra para falar por ela, ela não teria força e poderia superar sem ser vítimazada?", perguntou um seguidor. "Tá todo mundo trabalhando para melhorar isso", respondeu.

Troféu Sinceridade para Mauro Mendonça Filho.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

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