Em programa emocionante, Tá no Ar lembra que o humor tem história e avança
Mauricio Stycer
18/04/2018 01h04
No último episódio da temporada 2018, exibido nesta terça-feira (17), o "Tá no Ar" deixou de lado a sua proposta original – rir dos absurdos, exageros e distorções da televisão – para fazer uma homenagem emocionante a diferentes gerações de humoristas.
Recorrendo a imagens de arquivo e a esquetes gravados agora, o "Tá no Ar" lembrou de um sem número de programas de humor do passado, desde "Satiricom", mostrou dezenas de humoristas da velha guarda e reverenciou uma infinidade de nomes.
Anotei alguns, mas é uma lista impossível de compilar num texto curto como esse: Chico Anysio ("o maior comediante do Brasil"), Jô Soares, Renato Aragão e os Trapalhões, Ronald Golias, Grande Otelo, Costinha, Paulo Silvino, Dercy Gonçalves, Nair Bello, Berta Loran, Agildo Ribeiro, Lucio Mauro, Juca Chaves, Tom Cavalcante, a turma do TV Pirata, Bussunda e o Casseta & Planeta, entre muitos outros.
Na vinheta de encerramento, o especial do "Tá no Ar" também lembrou de programas de humor e comediantes de gerações próximas aos criadores do programa, como Comédia MTV, Hermes e Renato, Pânico e Porta dos Fundos. E, não menos importante, ainda que rapidamente, chamou a atenção para uma geração mais nova, em particular a turma do Choque de Cultura. "Que legal ver chegar gente nova que vem pra somar, fazer rir, e seguir, juntos e misturados no ar", cantou o humorístico.
No início desta quinta temporada, me perguntei se o "Tá no Ar" havia chegado no seu limite – não por culpa do excelente time que faz o humorístico, mas pelo fato de a televisão, que serve de matéria-prima ao programa, se repetir demais. Ao final de 13 episódios, sigo com a impressão de que falta frescor, mas preciso acrescentar que, mesmo surpreendendo menos, o "Tá no Ar" continua afiado, abusado e, muitas vezes, genial.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
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