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Mau humor de Buddy Valastro torna a Batalha dos Confeiteiros ainda melhor

Mauricio Stycer

26/04/2018 00h09

Quem assistiu à primeira edição, em 2015, se lembra da "Batalha dos Confeiteiros" como o reality de culinária mais exótico, ou bizarro, do mundo. É uma competição em que os bolos são julgados pela aparência, não pelo gosto. A apresentação é de um americano, Buddy Valastro, dublado por um brasileiro, Wendel Bezerra. E ele é ajudado por jurados que, sem entender nada do assunto, julgam candidatos perdidaços. Enfim, um programa espetacular.

Infelizmente, a Record não deve pensar o mesmo, pois deixou de exibir o programa nos dois anos seguintes à estreia. Só agora, em janeiro de 2018, lançou a segunda temporada. E ela começou da melhor maneira possível. Na estreia, os candidatos tiveram que fazer bolos inspirados em ritmos musicais brasileiros – samba, sertanejo, forró, frevo. Valesca Popozuda e Rick Bonadio avaliaram os trabalhos.

No segundo episódio, nesta quarta (25), as tarefas foram ainda mais complicadas. Primeiro, deveriam se inspirar nas tatuagens do músico Lucas, da banda Fresno, pra criar seus bolos. Quem avaliou o resultado foi o tatuador Sergio Led´s. Na segunda etapa, a prova da eliminação, tiveram que criar bolos em forma de lustres. Sério.

O que estou achando mais divertido é o mau humor de Buddy Valastro. Diferentemente da timidez exibida na primeira edição, o criador do "Next Great Baker" está sem a menor paciência com os participantes. Nesta quarta, julgando os "bolos-tatuagem", ele chamou um candidato de "desleixado", perguntou para outro: "Você vai realmente apresentar isso pra mim?" E disse para um terceiro: "Não tá nada bom. Tira isso daí." Percebendo as dificuldades de todos eles em fazer bolos-lustre, disparou: "Vocês são péssimos". É verdade que vendo o resultado (acima, o bolo-lustre vencedor), o espectador até poderá concordar com o apresentador.

O interesse pelo programa, aparentemente, diminuiu neste intervalo de mais de dois anos entre a primeira e a segunda edição. A estreia, em setembro de 2015, surfando no sucesso de "Os Dez Mandamentos", registrou média de 12,7 pontos na Grande São Paulo. Em 2018, a estreia marcou a metade, apenas 6,3 pontos. O segundo episódio registrou 6,6 pontos, uma pequena melhora em relação à estreia. "Batalha dos Confeiteiros" é uma coprodução da Discovery Networks e produzido pela Endemol Shine Brasil.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.