Debate com oito candidatos não esclarece nada, mas gera momentos de comédia
Tão desgastada quanto a imagem dos políticos brasileiros é este formato de debates eleitorais, que acontece a cada dois anos. Como manda a tradição, o primeiro de 2018 foi promovido nesta quinta-feira (09) pela Band. No total, estão previstos nove debates organizados por veículos de comunicação no primeiro turno.
O primeiro problema é o número de participantes. Os organizadores dos debates são obrigados a convidar todos os candidatos cujos partidos ou coligações têm ao menos cinco parlamentares entre os 513 deputados federais e 81 senadores. Neste momento, nove das 13 candidaturas oficialmente apresentadas atendem a esse requisito. Com a ausência de Lula, do PT, foram oito os participantes do debate da Band.
Mesmo com duração de três horas, o formato engessado dá pouco espaço para conhecer as ideias dos candidatos. O mediador, Ricardo Boechat, não tem o poder de impedir que um participante fuja das perguntas feitas e discorra sobre o assunto que bem entender. E é isso que os participantes fazem, na maioria das situações.
As regras também não evitam que candidatos levantem a bola, com perguntas fáceis, ou combinadas, para rivais com os quais têm afinidade – as famosas "tabelinhas". Ou que um candidato seja objeto de mais perguntas do que outros.
A única coisa que salva debates deste tipo do tédio é a disposição de algum candidato menos conhecido de aparecer a qualquer custo. No debate da Band, este papel coube ao cabo Daciolo (Patriota). Seus comentários, involuntariamente cômicos, o levaram ao topo dos assuntos mais comentados no Twitter.
Ainda assim, a performance de Daciolo não compensou o sacrifício de ficar diante da TV das 22h à 1h da manhã ouvindo propostas vazias ou decoradas e pouquíssimo debate de ideias.
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