Marcos Harter, Cezar Lima e outros ex-BBBs e ex-Fazenda fracassam nas urnas
Mauricio Stycer
08/10/2018 01h21
Como ocorre a cada quatro anos, muita gente que conquistou fama repentina na televisão em programas como "BBB" e "A Fazenda" tentou uma vaga como deputado estadual ou federal agora em 2018. A grande maioria fracassou.
Talvez o mais famoso entre os novatos na política, o médico Marcos Harter tentou uma cadeira como deputado federal pelo PSC no Mato Grosso. Mesmo embalado pela participação no "BBB17" e na "Fazenda 9" no mesmo ano (2017), ele conseguiu apenas 16.305 votos, um número insuficiente para conseguir a vaga.
Rival de Marcos no "BBB17", o advogado Ilmar Mamão fracassou igualmente nas urnas, no Mato Grosso do Sul. Candidato a uma vaga como deputado federal pelo PT, ele teve apenas 9.476 votos. Também do campo da esquerda, a cientista política Mara Telles, do "BBB18", tentou uma vaga como deputada estadual pelo PCdoB em Minas Gerais, mas conquistou somente 4.602 votos.
O pior resultado entre ex-BBBs foi da advogada Adélia Soares, que participou da 16ª edição. Ela disputou um lugar na Câmara dos Deputados pelo Patriota, em São Paulo, e ficou com apenas 709 votos. Já o campeão do "BBB15", Cézar Lima, candidato a deputado federal pelo PV, no Paraná, foi bem melhor, registrando 31.202 votos, ainda assim um número insuficiente para ficar com a vaga, mas que o deixou na posição de suplente.
Duas ex-participantes da "Fazenda" também tentaram, sem sucesso. Renata Banhara, que esteve na quarta edição, buscou um lugar como deputada federal pelo PRB, em São Paulo, e teve 12.434 votos. Já Joana Machado, que esteve na mesma edição, tentou uma cadeira como deputada estadual, pelo MDB, no Rio, e teve somente 1.673 votos.
Como escrevi em 2014, sobre vários ex-BBBs que tentaram, sem sucesso, um lugar na política, a fama repentina pode ter iludido estas celebridades, mas não os eleitores.
Em tempo: Uma das poucas exceções neste time, e já um veterano na política, o vencedor do "BBB5", Jean Wyllys, conseguiu o seu terceiro mandato como deputado federal, pelo PSOL, do Rio, com 24.295 votos.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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