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Ninguém vai transformar jornalismo em crime, diz comentarista da GloboNews

Mauricio Stycer

25/01/2019 11h56

O comentarista Octavio Guedes durante o programa "Estúdio i", na GloboNews

A divulgação de fotos de um almoço com a presença de José Eduardo Gussem, procurador-geral do Ministério Público do Rio, e Octavio Guedes, jornalista e comentarista da GloboNews, alimentou uma série de boatos esta semana.

Em entrevista ao SBT, exibida na noite de quinta-feira (24), o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) mostrou as fotos e sugeriu que elas comprovavam o vazamento para a Globo de informações sigilosas a respeito da investigação que o MP faz a seu respeito.

Questionado por seguidores nas redes sociais sobre as fotos, Guedes fez no programa "Estúdio i" um comentário bastante esclarecedor sobre o trabalho do jornalista. "Sou jornalista. O que faz o jornalista? Pegar informação. Você pode ser o jornalista que chuta. É o mau jornalista. E tem o jornalista que procura informações. Sou pago para entrevistar fontes".

Guedes observou que o seu encontro com Gussem ocorreu num local público, um restaurante no Jardim Botânico, perto da Globo, no Rio. Em seguida, explicou o contexto:

"Qual era a grande questão naquela sexta-feira, que eu estava atrás de informações? O senador eleito Flavio Bolsonaro alegava que o Ministério Público tinha quebrado o sigilo bancário dele ao fazer uma consulta ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeira). Essa era a minha dúvida. Ouvi vários especialistas. Ouvi também o Gussen sobre esta questão".

Em outro momento, citando as ofensas que recebeu nas redes sociais, Guedes disse: "Ninguém vai transformar em crime o trabalho jornalístico de apurar. Ninguém vai me intimidar com milícia digital. Eu vou continuar apurando e vou continuar sempre ouvindo os dois lados, de preferência em ambientes públicos. Isso se chama jornalismo".

O comentário completo de Guedes na GloboNews pode ser visto aqui. Abaixo, um trecho:

Abaixo, o de Flavio Bolsonaro no SBT:

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.