Em defesa de nova lei, Moro indica filmes com Johnny Depp e Brian Cranston
Mauricio Stycer
07/04/2019 13h17
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro inaugurou uma conta no Twitter na última quinta-feira (4) com o objetivo, explicou, de "divulgar os projetos e as propostas" da pasta. Sua presença na rede social gerou comoção e, como não poderia deixar de ser, várias piadas.
Desde então, Moro tem usado o Twitter para explicar algumas das medidas do seu projeto de lei anticrime enviado ao Congresso. Na sexta-feira, (5) por exemplo, publicou várias mensagens defendendo que "audiência por videoconferência do réu preso passe a ser a regra e não mais exceção".
Neste domingo (7), o ministro se dedicou a defender uma proposta que aprimora a atuação de policiais disfarçados com o objetivo, escreveu, de "revelar grandes esquemas de venda de drogas, armas ou de lavagem de dinheiro".
Em uma das mensagens sobre o assunto, Moro escreveu: "Já assistiu aqueles filmes norte-americanos com agentes policiais disfarçados infiltrando-se em gangues de criminosos, traficantes ou corruptos? Como 'Donnie Brasco' ou 'The Infiltrator' e que retratam casos reais".
De fato, ambos os filmes giram em torno da ação de policiais disfarçados e são inspirados em histórias reais, mas tomam inúmeras liberdades, como sempre ocorre no cinema.
"Donnie Brasco" (1997) é um filme bem conhecido. Chegou a merecer uma indicação ao Oscar de melhor roteiro adaptado, mas não levou. Dirigido por Mike Newell (também diretor de "Harry Potter e o Cálice de Fogo"), traz Johnny Depp no papel do policial Joe Pistone, em ação em Nova York, nos anos 1970. Ele se infiltra, disfarçado como um ladrão de joias chamado Donnie Brasco, numa organização mafiosa, e ganha a confiança de Lefty Ruggiero (Al Pacino).
O filme está disponível no catálogo do Crackle, mas o serviço de streaming da Sony vai deixar de funcionar no Brasil em 30 de abril.
Em 2015, numa parceria entre a Sony e a Televisa, o filme deu origem a uma série, chamada "El Dandy". Exibida em 2017, não fez maior sucesso e teve apenas uma temporada.
Disponível no catálogo da Netflix, o filme ganhou apenas uma estrela do crítico Inácio Araujo, na "Folha": "No fim, à parte a boa direção de atores, destaque-se a habilidade em evitar certos clichês irritantes (tipo traficantes que não param de cheirar, ambientes e trajes de mau gosto exagerado) desse tipo de filme".
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.