Topo

Fala de Gugu explica por que a Record trocou atrações próprias por formatos

Mauricio Stycer

14/04/2019 05h01

Este texto, originalmente, foi acessado por quem está inscrito na newsletter UOL Vê TV, que é enviada às quintas-feiras por e-mail. Para receber, gratuitamente, é só se cadastrar aqui.

Nos últimos dez anos, a Record talvez tenha sido a emissora que mais investiu na contratação de apresentadores. Foram vários negócios de impacto no mercado. E os resultados foram bem diferentes dos imaginados.

Gugu Liberato foi contratado pela Record em 2009. Sabrina Sato chegou em 2014. Xuxa Meneghel, em 2015. Fabio Porchat, em 2016. Em comum, os quatro ganharam programas com seus nomes no título. Em comum, os quatro perderam seus programas.

Entre idas e vindas na emissora, Gugu foi convidado em 2018 a apresentar formatos estrangeiros. Comandou o "Power Couple" e o "Canta Comigo", e vai repetir a dose em 2019. Xuxa, depois de dois anos apenas, desistiu de ter um programa para chamar de seu e tornou-se apresentadora do "Dancing Brasil", outro formato importado.

Porchat, num episódio até hoje mal explicado, rompeu com a Record em outubro de 2018. E Sabrina, cujo programa saiu do ar agora em abril, aguarda a definição sobre o que fará – fala-se em um novo formato.

Entre expectativa e realidade, os quatros apresentadores não foram capazes de garantir o que a emissora esperava deles apenas com seus nomes. Custos altos, audiência apenas razoável, resultados comerciais frustrantes. Daí a migração para formatos prontos. Como disse Gugu em entrevista que fiz com ele, publicada esta semana no UOL:

"Estamos na onda dos formatos e não sei até quando isso vai durar. Alguns desses formatos já vêm até com faturamento garantido de multinacionais. Isso torna-se muito mais interessante para as emissoras: investirem em algo cujo retorno financeiro é praticamente garantido."

E o veterano apresentador acrescentou: "Também já não se formam novos comunicadores como antes. Praticamente todos os veteranos trabalharam no rádio. Essa experiência é muito importante. Digamos que não precisa ser apresentador ou animador para apresentar um formato". Recado dado.

Stycer recomenda

. "Machismo é universal", diz Alice Wegmann sobre poligamia do pai em novela

. Jornalista da Globo é ameaçado de morte após matéria de fuzilamento no Rio

. Órfãos da Terra, novela das 6 ou 9? Faixa das 18h é estratégica, diz Globo

. Bolsonaro descumpre promessa e lança hoje a "nova" TV Brasil

O melhor da semana
Série derivada de Malhação: Viva a Diferença vai ao ar em 2020 na Globoplay

O pior da semana
Detetive Vê TV: "Órfãos da Terra" reaproveita cenário de "Cheias de Charme"

Siga o blog no Facebook e no Twitter.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.