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Datena chama Neymar de “menino” e lembra que também é acusado de assédio

Mauricio Stycer

01/06/2019 21h20

A acusação de estupro contra Neymar, noticiada originalmente pelo UOL neste sábado (01), teve um desdobramento importante no "Brasil Urgente", na Band. Pouco depois de a notícia se tornar pública, José Luiz Datena ouviu o pai do jogador.

Neymar pai, que não quis falar com a reportagem do UOL quando foi procurado, afirmou que o jogador teve relações sexuais consentidas com a mulher que o acusa e que sofreu tentativa de extorsão por parte de um advogado em nome dela.

Em mais de uma ocasião durante a conversa com Neymar pai, Datena se recordou que ele também foi acusado de assédio sexual. "Seu filho é um menino, um jovenzinho de 27 anos de idade", disse o apresentador. "Eu jamais pensava em passar por qualquer coisa parecida, com 61 anos de idade. Mas todo mundo está exposto a isso. Quando eu fui exposto a uma situação parecida, eu procurei os meios legais, estou me defendendo. E é assim que vou fazer até o fim, confiando na Justiça, sempre provando que estou do lado da verdade."

Em janeiro, o site Notícias da TV revelou que a jornalista Bruna Drews está processando Datena (e a Band, por conivência) por ter dito que ela "era muito gostosa", que diversas vezes teria se masturbado pensando nela e que achava "um desperdício" a profissional "namorar uma mulher". O apresentador classificou as denúncias como "falsas" e, em resposta, a processou por calúnia.

Em diferentes ocasiões na conversa com o pai do jogador, Datena tratou Neymar como menino (três vezes), moleque (quatro vezes), jovenzinho e garoto, além de se referir a ele e seus amigos como molecada e meninada. Neymar tem 27 anos.

O pai também tratou o filho como se ele fosse uma criança. "Neymar caiu nessa armadilha. A gente tem que mostrar a realidade para ele. O que ele é, o que se tornou. E que hoje nem namorar ele vai poder. Tomar cuidado com tudo que vem e está acontecendo ao redor dele."

Datena respondeu: "Eu costumo dizer que é difícil segurar uma molecada que tem sucesso, tem dinheiro, tem fama, tem tudo, e gosta de viver. A molecada gosta de viver. Você vai falar o que pro moleque? Não sai de casa? Você vai falar com o moleque pra não sair com mulheres? Não transar, não ir a festas? É difícil você segurar a meninada dentro de casa. Mas quem tem uma figura pública do tamanho do Neymar, mundial, tem que se precaver", disse.

Voltando a evocar a acusação que enfrenta, Datena disse: "É muito triste você viver uma situação como essa. Quando sai a notícia você já é julgado pela notícia que saiu. Hoje em dia é assim que funciona. E, depois, se você for considerado inocente lá na frente, a notícia não vai ter tanta repercussão".

O apresentador defendeu que Neymar dê a sua versão dos fatos publicamente. Foi o único momento da entrevista em que ressalvou que o jogador é um adulto. "Espero que o menino possa se pronunciar também. Acho que ele vai fazer isso depois de conversar com você e os seus advogados. Até porque ele já tem idade suficiente para saber se defender também".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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