Caso Miriam Leitão foi ignorado pela Globo, mas ganhou destaque em TV local
Dois casos graves de intolerância política afetaram jornalistas conhecidos nos últimos dias. Refiro-me ao protesto barulhento contra a participação de Glenn Greenwald em um evento na Flip e ao cancelamento do convite a Miriam Leitão para um debate na Feira do Livro de Jaraguá do Sul.
A ação em Parati buscou intimidar, mas não impediu que Greenwald participasse do evento. Já a pressão feita por meio de abaixo-assinado contra a presença de Miriam surtiu efeito e, literalmente, silenciou a sua voz.
Lamentei aqui no blog que, apesar da enorme repercussão em jornais e sites, os dois casos tenham sido ignorados pelas principais emissoras de televisão. Estranhei, especialmente, que a Globo tenha deixado de noticiar os fatos, uma vez que Miriam é conhecida e respeitada profissional da empresa.
Volto ao assunto porque deixei de registrar que o canal NSC, afiliada da Globo em Santa Catarina, deu tratamento digno ao cancelamento do debate. Ao anunciar uma reportagem exibida no principal telejornal local, a apresentadora Gabriela Machado foi ao ponto:
"Uma feira de livros é um lugar para encontrar diferentes tendências e opiniões, né? Mas a de Jaraguá do Sul, que vai ser em agosto, já está marcada pela polêmica. A jornalista Miriam Leitão e o sociólogo Sergio Abranches foram cortados do evento por causa da intolerância e do desrespeito à liberdade de expressão".
Por sua gravidade, porém, entendo que o caso é muito mais que um problema de Jaraguá do Sul e merecia tratamento nacional.
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