Record exibe 5 reportagens em uma semana contra a Fundação Roberto Marinho
Um novo capítulo na disputa travada entre o prefeito do Rio de Janeiro e o Grupo Globo começou a ser escrito na última quarta-feira (25). Naquele dia, Marcelo Crivella (PRB) anunciou o resultado de uma sindicância interna e informou que a Fundação Roberto Marinho recebeu R$ 214 milhões em 14 contratos sem licitação assinados durante a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
O caso foi noticiado em telejornais locais da Record na própria quinta-feira. A partir do dia seguinte, tornou-se assunto nacional, com cobertura intensa do "Jornal da Record". Nas seis edições do telejornal desde então, apenas em uma, na quarta-feira (31), não houve menção ao assunto.
Como se fosse um seriado, o "Jornal da Record" tem tratado da sindicância municipal em capítulos de pouco mais de 4 minutos cada. Já foram, até o momento, 22 minutos de noticiários.
Em contraste com o interesse da Record, o caso teve pouca ou nenhuma repercussão nos telejornais nacionais das demais emissoras de TV aberta do país.
Abaixo, um resumo das reportagens, tal como descritas pelos apresentadores Celso Freitas e Janine Borba:
26.7: Levantamento feito pela Prefeitura do Rio de Janeiro aponta que a Fundação Roberto Marinho recebeu dinheiro em contratos sem licitação durante a gestão do prefeito Eduardo Paes. Foram mais de R$ 200 milhões em contratos. A instituição, conhecida por atuar na área de educação, foi responsável por obras de arquitetura de uma escola.
27.7: Uma auditoria revelou que a construção de uma escola dentro do Museu de Arte do Rio foi paga à Fundação Roberto Marinho com dinheiro desviado da merenda escolar. É mais um dos 14 contratos públicos assinados sem licitação com a fundação e que agora serão investigados.
29.07: O Tribunal de Contas do Rio de Janeiro vai investigar a licitação que escolheu a empresa que administra o Museu do Amanhã. Uma sindicância apontou indícios de favorecimento ao Instituto de Desenvolvimento e Gestão, que ganhou a concorrência mesmo sem ter cumprido as regras do edital (o presidente do IDG é ex-funcionário da Fundação Roberto Marinho).
31.07: Um prédio histórico no Rio de Janeiro é alvo de investigação. A obra foi feita sem licitação pela Fundação Roberto Marinho, que recebeu quase R$ 25 milhões pelo serviço. A dispensa de concorrência foi um pedido do prefeito Eduardo Paes. Em menos de 30 dias, o contrato foi aprovado e assinado.
01.08: Sindicância da Prefeitura do Rio de Janeiro que analisa contratos assinados com a Fundação Roberto Marinho na gestão do ex-prefeito Eduardo Paes apurou que a fundação ganhou, mas não realizou as obras do Museu de Arte do Rio. Documentos exclusivos comprovam que empreiteiras foram contratadas para o trabalho e que a fundação pediu mais dinheiro para concluir o serviço.
Em nota, o Grupo Globo afirmou que Crivella "mente e manipula fatos para esconder as graves denúncias que atingem a sua gestão". Afirma que todos os contratos "passaram por todos os estágios de aprovação necessários e foram executados dentro dos princípios da transparência, moralidade, legalidade e eficiência". Classifica a série de denúncias como "ataques inconsequentes" do prefeito. E ironiza: "Sorte teria o cidadão carioca se a criatividade e a competência que o prefeito demonstra para inventar denúncias pudessem ser aplicadas à sua gestão."
O ex-prefeito Eduardo Paes não comentou o caso em nenhuma das reportagens da Record.
Outros capítulos da disputa
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