Com ajuda da lei da terceirização, CNN Brasil fala em ter 700 funcionários
Uma grande reportagem sobre a CNN Brasil publicada esta semana na revista "Go Where Business" revela alguns novos detalhes sobre a operação do canal de notícias 24 horas no país.
A empresa confirma a intenção de contratar 700 funcionários, sendo 400 jornalistas, mas acrescenta que uma parte deles (não especifica quantos) será terceirizada. "O modelo de otimização se espalha por outros setores da empresa. Seu quadro de funcionários está sendo montado aproveitando ao máximo os benefícios da lei de terceirização e da reforma trabalhista", diz a reportagem.
Aprovada no governo Temer, a chamada "lei da terceirização" permite que empresas contratem funcionários terceirizados para executar atividades-fim, ou seja, as principais funções da empresa. Até então, a terceirização era permitida apenas para as chamadas atividades-meio, como serviços de limpeza, manutenção e segurança, por exemplo.
A CNN Brasil pretende recorrer a este expediente para ter correspondentes em diferentes locais do Brasil. Da mesma forma, possivelmente, serão terceirizados profissionais das áreas técnicas diretamente ligados à produção de conteúdo. A reportagem da "Go Where Business" registra que o jornalista Douglas Tavolaro, CEO do canal, deixou a palavra "terceirização" escrita em destaque na lousa que tem em sua sala, na sede provisória da empresa.
A CNN promete produzir 16 horas de programação ao vivo por dia – e exibir apenas oito horas de material gravado previamente. É um volume alto, que exige muito equipamento e mão de obra. O canal fala em estrear ainda em 2019, no último trimestre do ano.
Segundo a reportagem, Tavolaro recebeu no início de 2018 uma proposta da CNN International Commercial para desenvolver o projeto de uma franquia da CNN no Brasil. Cabe a esta divisão da CNN o licenciamento da marca. Ainda segundo esta narrativa, com a ajuda de um grupo de jornalistas, Tavolaro conseguiu que o seu projeto fosse aprovado. Só então ele partiu em busca de um sócio-investidor, chegando no nome de Rubens Menin, dono da construtora MRV e do banco Inter.
O licenciamento, segundo o texto, terá duração de 30 anos.
Ainda segundo a reportagem, Record, SBT e RedeTV! tentaram, em diferentes momentos, licenciar a marcar CNN no Brasil, mas não conseguiram. Segundo o texto, "a emissora do bispo Edir Macedo foi rejeitada logo de início por dois motivos: as ligações com uma religião e com o PRB (Partido Republicano Brasileiro). A proximidade de igrejas e partidos políticos fere as normas da CNN. Nos anos 90, o SBT e, mais recentemente, a Rede TV, também tiveram suas propostas rechaçadas pela falta de investimento em jornalismo ou meramente por fragilidade financeira."
"Não seremos nem de direita nem de esquerda. Faremos jornalismo", diz Tavolaro, repetindo promessa feita em entrevista ao blog, em janeiro. Américo Martins, vice-presidente de conteúdo, acrescenta: "Em tempos de fake news, abrimos mão de sermos os primeiros, se a informação não estiver confirmada. Nosso objetivo é um só: estarmos certos".
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