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Choque de Cultura aproveita Capitão América para rir do Brasil atual

Mauricio Stycer

25/08/2019 18h57

Maurilio (Raul Chequer), Julinho (Leandro Ramos) e Renan (Daniel Furlan), do Choque de Cultura

"Capitão América 2: O Soldado Invernal" serviu de pretexto para o Choque de Cultura deitar e rolar após a exibição do filme, neste domingo (25), com uma série de comentários que fizeram alusão à realidade brasileira.

Rogerinho (Caito Mainier) abriu os trabalhos chamando a atenção para o fato de o Capitão América ser "o herói com menor poder que tem". O que levou Julinho (Leandro Ramos) a fazer uma observação a respeito de porte e uso de armas: "Se o Capitão América não tem poder nenhum, ele podia, no mínimo, comprar uma metralhadora. Porque arma, nos Estados Unidos, é cultural. Não existe cara sem ter arma."

O jornalista Jose Luiz Datena, apresentador do "Brasil Urgente", na Band, foi lembrado por Rogerinho após a exibição de uma cena do filme que mostra um helicóptero filmando a ação da polícia:

"A polícia só não executou o Capitão América neste momento porque o helicóptero do Datena estava filmando. O Datena é um dos maiores defensores de direitos humanos deste país. Ele não deixa executar nenhum inocente antes da equipe dele chegar", disse o comandante do "Choque de Cultura Show".

A política nacional e a reforma da Previdência também foram lembradas a certa altura:

Rogerinho: Eu acho que esse Capitão América vai sair candidato a alguma coisa. O cara passa o tempo todo se ferrando. Ninguém faz isso sem querer algo em troca.
Maurílio (Raul Chequer): Mas o militar ele sempre age guiado por vocação, patriotismo e aposentadoria com salário integral.
Renan (Daniel Furlan): E pensão vitalícia para a filha solteira.
Julinho: Se esse Capitão América aí sai de prefeito pra Rio das Ostras, ele ganha mole. Não precisa nem mandar matar ninguém.

Em outro momento do debate, Julinho e Maurílio fizeram uma piada sobre hierarquia militar que pode ser entendida como dirigida ao atual governo:

Julinho: Se o Capitão América fosse bom mesmo ele seria General América, não seria capitão. Ninguém vai botar um capitão pra mandar em nada, gente, porque vai ter alguém com uma patente maior mandando nele. Isso é o básico.
Maurílio: O Astrólogo América.

Como diz Rogerinho, "polêmica é cultura".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.