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Na estreia de novo cenário, Jornal da Record exibe série crítica ao governo

Mauricio Stycer

10/09/2019 05h01

Imagem de abertura do novo "Jornal da Record"

Com cenário renovado, de grande apelo visual, o "Jornal da Record" lançou nesta segunda-feira (09) o seu projeto multiplataforma, com quatro edições curtas ao longo do dia, além da promessa de mais recursos de interação e exibição nas redes sociais.

O que mais chamou a atenção no primeiro dia foi a estreia de uma série de reportagens sobre a contaminação de rios causada por mercúrio em garimpos na Amazônia. O repórter Luiz Carlos Azenha mostrou o dano não apenas aos rios, mas também aos moradores que vivem perto e consomem peixes com frequência.

A reportagem reforça a necessidade de mais fiscalização e controle sobre negócios legais e ilegais na Amazônia. É um tema que coloca pressão sobre o atual governo, que vem sendo criticado justamente por não ter esta preocupação como prioridade. Num momento em que a Record tem dado sinais de governismo explícito, foi um bom início para o telejornal.

Adriana Araújo e Celso Freitas apresentam o resultado da enquete feita na estreia do novo JR

Como em toda a estreia, houve alguns percalços. A repórter que estava ao vivo, atualizando o noticiário sobre a cirurgia do presidente Jair Bolsonaro, perdeu o sinal e saiu do ar subitamente. O apresentador Sérgio Aguiar se esqueceu do nome da colega Janine Borba ao anunciar os novos boletins do telejornal.

Adriana Araújo e Celso Freitas, os titulares do JR, estavam seguros e tranquilos, como sempre. Em matéria de interação, o telejornal foi bem tímido. Apenas propôs aos espectadores uma enquete querendo saber quem já foi vítima de golpes na internet. No Twitter, o programa divulgou um meme para ilustrar uma reportagem sobre o procurador que reclamou do salário de R$ 24 mil. Muito pouco para quem prometeu "um novo jeito de informar".

Sergio Aguiar estreou como apresentador do JR no comando do boletim exibido à 0h30

Em pé, Sergio Aguiar apresentou o primeiro novo boletim do telejornal, à 0h31. O que mais chamou a atenção foi a entrada de repórteres ao vivo ao longo de 14 minutos – foram cinco, dois de Brasília, um de São Paulo, um do Rio e um de Nova York.

A promessa de não repetir notícias já exibidas em outras edições do JR não foi cumprida. Informações sobre Bolsonaro e o ex-presidente Lula foram apresentadas sem maiores novidades em relação ao telejornal das 21h30.

Nesta terça, a Record coloca no ar as demais versões do boletim. Aguiar e Janine vão se revezar no comando dos quatro programas de cerca de 10 minutos cada – um pela manhã, dois à tarde e um à 0h30.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.