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Choque de Cultura imagina como ficaria a TV se a Globo comprasse a Disney

Mauricio Stycer

22/09/2019 17h54

Maurilio (Raul Chequer), Julinho (Leandro Ramos) e Renan (Daniel Furlan), do Choque de Cultura

Pela quarta vez em dois meses, a sessão Temperatura Máxima, da Globo, exibiu um filme da Marvel. Após "Thor: O Mundo Sombrio", "Capitão América 2" e "Espetacular Homem Aranha 2", neste domingo (22) foi a vez de "Guardiões da Galáxia" (sem contar "Homem de Aço", do mesmo gênero, mas outro estúdio).

No bom resumo de Rogerinho do Ingá (Caito Mainier), do "Choque de Cultura Show", "Guardiões da Galáxia" é um filme sobre "vários super-heróis que ninguém conhece, nem se importa, tentando salvar a galáxia, mas destruindo a galáxia".

Mais importante, Julinho (Leandro Ramos) revelou a razão desta insistência da Globo com filmes de super-heróis aos domingos. "Eu não sei se vocês estão familiarizados com o mercado do entretenimento, mas tá tendo tanto filme de herói da Marvel assim porque a Disney, que é uma grande companhia, comprou a Marvel, e a Globo comprou a Disney. Eu recebi isso no zap essa semana de um tio meu. Eu tenho o print aqui pra provar."

A notícia levou a equipe de motoristas de van a fazer ótimas especulações. Maurílio (Raul Chequer) observou: "Mas o entretenimento brasileiro só tem a ganhar com essa fusão. A partir de agora vai ser 'Trapalhões contra Vingadores'. O Magneto (vilão de histórias da Marvel) vai poder participar do 'Se Vira nos Trinta' cortando garfo."

Julinho não concordou com o colega. E, preocupado, imaginou: "Como é que todo mundo sai ganhando, motorista de ator? Olha o que você tá falando. Aí vai ser professor Xavier (personagem dos filmes da série "X-Man") ensinando os jovens de Malhação. Imagina o caos. Cabeção (personagem de Sérgio Hondjakoff) na boate soltando raio pelo olho no meio da pista de dança."

Renan (Daniel Furlan) não achou a ideia boa, mas sugeriu algo melhor: "Não. Mas o incrível Hulk fazendo uma Zizi Possi no 'Show dos Famosos' o Boninho não ia ter coragem de criticar". O que levou Maurilio a observar: "Mas o Boninho é muito crítico. Quando ele vai escovar os dentes, ele dá esporro nele mesmo".

Referindo-se às muitas críticas negativas, algumas até pesadas, que o "Choque de Cultura Show" tem recebido nas redes sociais, Rogerinho mandou um recado: "Você achou que nosso programa ia ser cancelado entre domingo passado e hoje? Quase foi. Muita gente torce contra a gente, inclusive dentro do nosso sindicato, dentro do meio televisivo, certos colegas de profissão, que a ética não me permite citar nomes, senhor Rodrigo Faro. Mas o positivo é maior. O negativo não entra aqui, não."

Em coro, os valorosos motoristas de van gritaram: "Xô baixo astral!!!"

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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